Jurado de morte no Irã, romancista é esfaqueado em evento em Nova York

Homem subiu ao palco onde estava o escritor, que recebeu uma facada.

Postado em: 12-08-2022 às 15h36
Por: Luan Monteiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Jurado de morte no Irã, romancista é esfaqueado em evento em Nova York
Homem subiu ao palco onde estava o escritor, que recebeu uma facada. | Foto: Reprodução

O romancista indiano Salman Rushdie, que já foi jurado de morte no Irã, em 1989, por causa de seu trabalho, foi esfaqueado no pescoço no palco de um evento em Nova York, informaram a Polícia do Estado de Nova York e uma testemunha.

Um homem correu para o palco da Chautauqua Institution, no oeste do estado de Nova York, e atacou Rushdie quando ele estava sendo apresentado para fazer uma palestra sobre liberdade artística. Um policial estadual presente no evento levou o agressor sob custódia.

Rushdie foi levado de helicóptero para um hospital, mas seu estado de saúde ainda é desconhecido, disse a polícia. O relato da polícia não esclareceu possíveis motivos para o ataque.

Continua após a publicidade

Romance banido

Rushdie, que nasceu em uma família muçulmana indiana, enfrentou ameaças de morte por seu quarto romance Versos Satânicos que alguns muçulmanos disseram conter blasfêmias. O romance foi banido em muitos países com grandes populações muçulmanas, após sua publicação em 1988.

Um ano depois, o aiatolá Ruhollah Khomeini, então líder supremo do Irã, pronunciou uma fatwa, ou édito religioso, pedindo aos muçulmanos que matassem o romancista por blasfêmia.

Rushdie se escondeu por muitos anos. O governo iraniano disse em 1998 que não apoiaria mais a fatwa, e Rushdie tem vivido de forma relativamente aberta nos últimos anos.

Organizações iranianas, no entanto, levantaram uma recompensa de milhões de dólares pelo assassinato de Rushdie.

Repercussão

O PEN America, um grupo de defesa da liberdade de expressão do qual Rushdie é ex-presidente, disse estar “se recuperando de choque e horror” pelo que chamou de ataque sem precedentes a um escritor nos Estados Unidos.

O senador americano Chuck Schumer, de Nova York, chamou de “um ataque à liberdade de expressão e pensamento”.

Veja Também