Após anúncio de novas armas nucleares, Kremlin nega corrida armamentista

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestaram preocupação

Postado em: 02-03-2018 às 13h35
Por: Guilherme Araújo
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestaram preocupação

O Kremlin negou hoje (2) que a Rússia queira iniciar uma nova corrida armamentista e que suas novas armas nucleares, apresentadas ontem pelo presidente russo, Vladimir Putin, sejam dirigidas contra algum país em específico. A informação é da agência EFE.

No discurso de quinta-feira (1º), o chefe do Kremlin anunciou que seu país possui um míssil nuclear capaz de inutilizar o escudo antiaéreo americano e qualquer ataque procedente do exterior.

“O presidente destacou que de nenhuma maneira se pode considerar como o início de uma nova corrida armamentista, já que não é outra coisa senão a resposta da Rússia à ruptura do tratado sobre a defesa antimísseis por parte dos Estados Unidos em 2002”, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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“O desdobramento por todo o mundo do escudo antimísseis americano poderia romper no futuro o equilíbrio estratégico, a paridade nuclear e, de fato, neutralizar as forças estratégicas da Rússia”, acrescentou Peskov, acrescentando que os novos armamentos garantem ao país “a manutenção da paridade estratégica, necessária para a paz e a estabilidade no mundo todo”.

Ao ser perguntado se as novas armas são dirigidas contra os EUA, Peskov respondeu que estas “não são uma ameaça para ninguém que não mantenha planos de atacar a Rússia”.

O porta-voz também respondeu às críticas dos infográficos animados que acompanharam a apresentação e nos quais se pôde ver mísseis russos sobrevoando um mapa mundi em direção ao estado da Flórida (EUA). “Não se usou mapa algum (no infográfico). Só eram contornos geográficos imaginários, sem nenhuma referência a algum país concretamente”, afirmou o porta-voz do Kremlin.

Merkel e Trump manifestam preocupação

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestaram preocupação, após a declaração de Putin, pelo “impacto negativo nos esforços internacionais para um controle de armas”.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, informou nesta sexta-feira que Merkel e Trump tiveram ontem (1º) uma conversa por telefone na qual abordaram o discurso de Putin.

Ambos os líderes destacaram a necessidade de esperar que “se concretizem” os planos do presidente russo, acrescentou o porta-voz, que não deu mais detalhes sobre o que foi abordado na conversa devido à “confidencialidade” imposta a este tipo de conteúdo.

Merkel e Trump têm acordo quanto à obrigação de o regime sírio e seus aliados iranianos e russos implementarem “imediatamente e na sua totalidade” a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que “exige um cessar-fogo imediato na Síria”.

Além disso, a chanceler alemã e o presidente americano exigiram que a Rússia termine “sua participação nos bombardeios de Guta Oriental e motive o regime de Assad a acabar com as operações ofensivas” contra áreas com população civil.

Ao mesmo tempo, Merkel e Putin ressaltaram que o regime sírio “deve responder à piora da situação humanitária em Guta Oriental” no que se refere tanto ao uso de armas químicas quanto aos ataques contra civis e o bloqueio à ajuda humanitária. 

Com informações da Agência Brasil

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