ONU teme que tensão em Gaza possa piorar nos próximos dias

Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram feridos na Marcha do Retorno, um protesto organizado pelo Hamas na fronteira entre Gaza e Israel

Postado em: 31-03-2018 às 11h45
Por: Márcio Souza
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Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram feridos na Marcha do Retorno, um protesto organizado pelo Hamas na fronteira entre Gaza e Israel

A ONU afirmou que teme que a situação em Gaza se deteriore
nos próximos dias e pediu que Israel só utilize “força letal” como
último recurso.

As afirmações foram feitas nesta sexta-feira (30) pelo
subsecretário de Assuntos Políticos da ONU, Tayé-Brook Zerihoun, em uma reunião
de emergência convocada pelo Conselho de Segurança para analisar a violência
registrada na sexta na Faixa de Gaza.

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Pelo menos 16 palestinos morreram e cerca de 2 mil ficaram
feridos na Marcha do Retorno, um protesto organizado pelo Hamas na fronteira
entre Gaza e Israel.

A reunião do Conselho de Segurança seria fechada, mas, ao
não haver consenso sobre a publicação de uma declaração conjunta no fim do
encontro, decidiu-se que o encontro fosse aberto.

No relatório apresentado ao Conselho, Zerihoun fez um relato
das diferentes informações recebidas pela ONU sobre os incidentes violentos e
disse que estava monitorando de perto a situação.

“Existe o temor que a situação possa se deteriorar nos
próximos dias. É imperativo que as crianças não sejam utilizadas como
alvo”, afirmou o subsecretário de Assuntos Políticos da ONU.

Zerihoun pediu que as tropas israelenses assumam uma postura
de “máxima contenção”, a fim de evitar mais mortes.

“A força letal só deve ser usada como último
recurso”, disse Zerihoun, que pediu uma “adequada investigação”
sobre os fatos ocorridos na sexta.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, por meio de um
porta-voz, afirmou estar “profundamente preocupado” com a violência
em Gaza e pediu uma investigação independente e transparente.

“Essa tragédia ressalta a urgência de revitalizar o
processo de paz na região”, afirmou o porta-voz, Farhan Haq.

A reunião do Conselho de Segurança, convocada a pedido do
Kuwait, durou cerca de duas horas e meia. Algumas das principais potências,
como Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia, estavam representadas por
diplomatas de segundo ou terceiro escalão.

O embaixador da Suécia, Carl Skau, classificou a situação em
Gaza como “terrível”. “Nossa prioridade agora deve ser evitar
uma escalada maior. Todas as partes, particularmente as forças de segurança de
Israel, devem adotar a contenção”, afirmou.

Nenhum representante de Israel participou do encontro. Como
convidado, Riyad Mansour, diplomata palestino, considerou como
“massacre” os fatos registrados na sexta em Gaza.

“A maioria dos manifestantes era pacífica, não
representava nenhuma ameaça para as forças de segurança de Israel”, disse
Mansour.

 Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução

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