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segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Exterior

Seis em cada 10 jovens pensam deixar o Brasil para morar fora

Portugal é o segundo principal destino, depois dos Estados Unidos. Em seguida estão Canadá, França, Espanha e Inglaterra

Postado em 23 de junho de 2018 por Márcio Souza
Seis em cada 10 jovens pensam deixar o Brasil para morar fora
Portugal é o segundo principal destino

A falta de segurança e de perspectivas profissionais somadas
ao alto custo de vida e impostos elevados fazem com que 19 milhões de jovens
brasileiros, na faixa etária de 16 a 24 anos, queiram deixar o Brasil em busca
de oportunidades no exterior. Portugal é o segundo principal destino, depois
dos Estados Unidos. Em seguida estão Canadá, França, Espanha e Inglaterra.

Os dados são do Instituto DataFolha que ouviu 2.090
entrevistados. A pesquisa mostra que 50% dos que têm entre 25 e 34 anos
gostariam de abandonar o Brasil. Esse percentual cai para 44%, na faixa de 35 a
44 anos e 32% para os que estão entre os 45 e os 59 anos. No grupo acima de 60
anos, o percentual é de 24%.

Vida mais simples

Formada em Letras pela Universidade de Brasília (UnB), Ana
Carolina Viana, 36 anos, optou por deixar Brasília, onde sempre morou, e tentar
vida nova em Lisboa.

“Lá em Brasília, mesmo trabalhando muito, no final do
mês só sobrava para pagar as contas e eu não conseguia juntar dinheiro e fazer
planos”, desabafou.

Para Ana Carolina, morar em Lisboa significa ter melhor
qualidade de vida. “Consigo morar numa casa pequena, mas que tem tudo o que eu
preciso. Posso colocar meu filho em uma escola pública, que aqui é muito boa.
Não preciso pagar um plano de saúde. E, com isso, posso viajar e fazer
cursos”.

A vontade de “viver com menos” não é um desejo
exclusivo de Ana Carolina. O cirurgião vascular Marcelo Ribeiro de Sousa
Bizerra, 34 anos, natural de Teresina, compartilha essa busca de uma vida mais
tranquila. Casado e com dois filhos pequenos de 8 e 2 anos de idade, ele contou
à Agência Brasil que sempre teve vontade de viver fora.

“Eu tenho muita vontade de morar em um país onde eu
possa criar meus filhos e que minha esposa viva de maneira mais tranquila. Um
lugar onde não seja preciso trabalhar tanto, que se viva com menos, mas com
mais qualidade de vida, que eu possa pagar um imposto de renda justo e que
tenha um retorno mínimo para conseguir nos sustentar, dar uma boa educação para
os filhos, conseguir uma saúde de qualidade e ter uma segurança mínima”,
afirmou Marcelo.

Valorização

Formada em Relações Internacionais, Tamira Romualdo, 27
anos, morou em vários locais do Brasil – Pará, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo
e Distrito Federal – e também no exterior, em Washington (Estados Unidos). Ela
disse que teve vontade de repetir a experiência e, atualmente, a maior
motivação para tentar a vida no exterior é profissional.

“Na minha faixa etária eu vejo que está todo mundo
passando pelo mesmo problema: todos saem da faculdade cheios de esperança, mas
trabalham muito e se empenham, correm atrás e não veem retorno”, afirmou
Tamira.

Trabalhando atualmente na Embaixada de Botsuana no Brasil,
Tamira conta que, se pudesse, moraria em Portugal. “Aqui no Brasil é tudo
muito caro. O preço do mestrado aqui é mais alto do que em Lisboa ou no Porto.
Ter um diploma de uma instituição internacional tem um peso muito maior no
mercado.”

 Com informações da Agência Brasil. 

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