Maior parceiro comercial do Brasil, China está em crise: entenda como isso pode afetar a economia mundial

Quase dois terços das economias em desenvolvimento do mundo dependem das exportações do país

Postado em: 10-07-2023 às 12h24
Por: Mariana Fernandes
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O  que distingue a dívida do país aos demais países é o quão rápido a dívida se acumulou | Foto: Divulgação

Pesquisadores do JPMorgan Chase tentam calcular o tamanho da dívida da China, mesmo que os dados oficiais sejam escassos. Segundo levantamento da empresa, até o último mês, a dívida atingia 282% do produto interno bruto (PIB) anual do país. Isso se compara a uma média de 256% nas economias desenvolvidas em todo o mundo e 257% somente nos Estados Unidos. 

O  que distingue a China da maioria dos outros países é o quão rápido essa dívida se acumulou. Mas vale ressaltar, que o país é de longe, a maior credora soberana dos países em desenvolvimento, embora fundos de hedge ocidentais também tenham comprado muitos títulos desses países. Os títulos tendem a ter taxas de juros fixas. Mas os bancos chineses tendem a emprestar dólares a taxas de juros ajustáveis que estão vinculadas às taxas do Ocidente.

Se pouco for feito para reduzir a dívida, os governos mais pobres do mundo continuarão a gastar pesadamente para pagar a dívida. Dinheiro que poderia ser investido em escolas, clínicas e outros serviços. “Os maiores perdedores acabarão sendo as pessoas comuns do mundo em desenvolvimento para as quais são negados serviços públicos básicos, porque seus governos estão sobrecarregados com dívidas insustentáveis”, revela o diretor executivo de uma universidade em Williamsburg, Radley Parks.

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O endividamento pode fazer sentido economicamente se o dinheiro for usado de forma produtiva, aponta especialista. Porém, países já endividados podem ter dificuldades para pagar seus credores, como que aconteceu com a China. À medida que sua economia desacelera, um número crescente de governos locais e suas unidades de financiamento não conseguem continuar pagando juros sobre suas dívidas. O efeito dominó significa que muitas localidades ficam sem dinheiro para pagar pelos serviços públicos, saúde ou pensões.

A dívida também dificult bancos à aceitarem perdas em seus empréstimos para países de baixa renda. No entanto, muitos desses países, como Sri Lanka, Paquistão e Suriname, agora enfrentam consideráveis dificuldades econômicas.

Quase dois terços das economias em desenvolvimento do mundo dependem das exportações do país. A China, que emprestou quase US$ 1 trilhão para cerca de 150 países em desenvolvimento, tem lutado para as cancelar grandes dívidas devidas. Isso se deve, em parte, ao fato de que a China está enfrentando uma bomba de dívidas referente a trilhões de dólares devidos por governos locais e incorporadoras imobiliárias.

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