Sobreviventes relatam momentos de terror vividos no massacre de Lewiston; atirador permanece foragido

Suspeito era instrutor de tiro da academia do exército americano

Postado em: 27-10-2023 às 09h10
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Sobreviventes relatam momentos de terror vividos no massacre de Lewiston; atirador permanece foragido
Até o momento da publicação, o suspeito Robert Card não foi encontrado e continua foragido | Foto: Divulgação/Departamento do Xerife do condado de Androscoggin

A vida na cidade pacata de Lewiston foi abalada na última quarta-feira (26), após o massacre de 18 pessoas por um homem armado com um rifle automático no Maine. As vítimas que sobreviveram contam como foi a noite no boliche local. 

As primeiras chamadas ao departamento de polícia de Lewiston chegaram às 18:58 (ET-4) de um atirador no Sparetime Recreation Bowling Alley (Pista de Boliche do Tempo Livre), o local contava com uma noite especial dedicada a famílias e crianças. Os sobreviventes contam os primeiros momentos do tiroteio, se escondendo atrás de bancos e mesas de madeira de pouca segurança, e outros atrás das máquinas dos pinos de boliche. Os relatos foram pegos a partir de reportagens de agências de notícias americanas.

Uma mãe, Meghan Hutchinson, conta o desespero inicial ao se deparar com um homem armado atirando dentro do espaço. “Quando me virei, vi o atirador, não sei se (disparou) apenas um tiro de advertência ou se ele atirou em alguém”, disse a mãe. 

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“Entre as pistas há algumas portas de vaivém onde eles guardam todo o material mecânico, então nós meio que corremos para lá”, disse ela. “Nós nos barricamos lá e outra mãe estava na sala comigo. Ela tinha um telefone e ligou para o 911”, Meghan ainda conta que sua filha de 10 anos foi atingida de raspão por uma das balas.

Escudo improvisado com mesas e cadeiras

Outra jovem, Riley Dumont, contou que seu pai, um aposentado da polícia, improvisou uma segurança para sua família e outras crianças com bancadas e mesas de madeira. “Eu estava deitado em cima da minha filha. Minha mãe estava deitada em cima de mim”, disse Dumont. “Parecia que tudo durou muito tempo”, acrescentou ela. “Só me lembro de pessoas chorando e soluçando,” relatou a moça.

Outro sobrevivente chamado Brandon falou que correu para dentro da pista para se esconder nos maquinários. “Pensei que fosse um balão, eu estava de costas para a porta. Assim que me virei e vi que não era um balão, que ele estava segurando uma arma. Apenas saltei para dentro da pista e deslizei para onde os pinos estão, então subi até a máquina e fiquei em cima por cerca de 10 minutos até que os policiais chegaram lá,” declarou Brandon que não teve o segundo nome divulgado.

Até o momento da publicação, o suspeito Robert Card não foi encontrado e continua foragido. Já se passaram mais de um dia desde a caçada do homem. Segundo as autoridades, as buscas estão incluindo cidades de até 80 quilômetros de distância. Apenas o veículo e uma arma de fogo foram achadas numa cidade vizinha de Lisbon. 

Mesmo assim, ainda não se sabe ao certo o que levou Robert a cometer este crimes. Segundo os policiais da cidade, Card estaria sofrendo por um tempo com problemas de saúde mental. Em um relatório enviado à imprensa, já havia ameaçado abrir fogo num quartel do exército americano e foi submetido a uma clínica em junho.

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