Maior tempestade solar dos últimos 20 anos colore o céu com auroras boreais e austrais raras; entenda

Fenômeno também foi visto em diversos países da Europa e nos Estados Unido

Postado em: 12-05-2024 às 10h28
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Maior tempestade solar dos últimos 20 anos colore o céu com auroras boreais e austrais raras; entenda
Evento geomagnético causa espetáculo de luzes no céu e gera alerta para redes de energia e comunicação | Foto: Reprodução/AyomGMA/X

Uma tempestade solar “severa”, a maior dos últimos 20 anos, registrada desde a noite de sexta-feira (10) está causando auroras boreais incomuns no Hemisfério Norte e raras auroras austrais no Hemisfério Sul. O fenômeno, que pode ser visto em diversos países, inclusive no Brasil, também despertou o alerta de especialistas para possíveis impactos em redes de energia e sistemas de comunicação via satélite.

Essa tempestade geomagnética, a primeira do tipo “severo” em 19 anos, pode ter impactos significativos em sistemas elétricos e de comunicação, segundo especialistas. A NOAA emitiu um alerta para operadores de infraestrutura, como companhias de energia e telecomunicações, e para a população em geral, recomendando cautela em regiões com maior risco de distúrbios.

Tempestade solar registrada desde a noite de sexta-feira (10) | Foto: Divulgação/NASA

No Hemisfério Norte, as auroras boreais foram vistas em diversos países da Europa, como Inglaterra, Escócia, Hungria e Suíça. Nos Estados Unidos, o fenômeno foi observado em estados como Massachusetts, Wisconsin e até mesmo na Flórida. Já no Hemisfério Sul, a rara aurora austral pôde ser vista na Argentina, no Chile e até mesmo no extremo sul do Brasil.

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O que são as auroras e como se formam?

As auroras boreais e austrais, também conhecidas como auroras polares, são eventos luminosos no céu causados pela colisão de partículas carregadas do Sol com a atmosfera terrestre. Essas partículas, provenientes de ejeções de massa coronal, são guiadas pelo campo magnético da Terra, concentrando-se nas regiões polares. A cor verde predominante nas auroras se deve à excitação de átomos de oxigênio, enquanto a cor vermelha vem da excitação de moléculas de nitrogênio.

Impactos da tempestade solar

Embora as auroras boreais e austrais sejam um espetáculo natural fascinante, a tempestade solar também pode trazer consigo alguns riscos. As CMEs podem interferir na propagação de ondas de rádio, o que pode afetar sistemas de comunicação e navegação. Além disso, as tempestades geomagnéticas podem induzir correntes elétricas em linhas de transmissão de energia, o que pode causar apagões e prejudicar satélites em órbita.

A última grande tempestade solar dessa magnitude foi o “evento de Carrington”, em 1859. Na época, sem a tecnologia atual, o evento causou danos à rede telegráfica, gerou descargas elétricas e auroras boreais em latitudes inéditas.

Em 2003, tempestades geomagnéticas extremas causaram apagões na Suécia e danificaram transformadores de energia na África do Sul. Já em 2015, uma outra explosão solar deixou fora do ar por alguns instantes radares de aeroporto na Europa.

Eventos como este são um lembrete da importância de estarmos preparados para os perigos do espaço. Cientistas e agências espaciais ao redor do mundo monitoram constantemente a atividade solar e emitem alertas quando necessário.

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