Arqueólogos descobrem restos de cavalos enterrados há 2 mil anos na França

Os restos mortais de 28 cavalos e 2 cachorros foram encontrados em Villedieu-sur-Indre, na França

Postado em: 29-05-2024 às 13h13
Por: Tathyane Melo
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Os restos mortais de 28 cavalos e 2 cachorros foram encontrados em Villedieu-sur-Indre, na França | Foto: Hamid Azmoun/ Inrap

Em uma descoberta intrigante, arqueólogos escavaram um cemitério de 2 mil anos em Villedieu-sur-Indre, na França, revelando os restos mortais de 28 cavalos e 2 cachorros. Datados do período das Guerras Gálicas (100 a.C. a 100 d.C.), durante a conquista romana da Gália, os esqueletos abrem um portal para um passado cheio de mistérios e rituais.

A disposição meticulosa dos animais em nove grandes sepulturas, com os cavalos garanhões de 6 anos deitados sobre o lado direito com a cabeça voltada para o sul e os cachorros com a cabeça virada para o oeste, levanta questionamentos.

Análises para desvendar o enigma

O Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva da França (Inrap) está trabalhando para desvendar os segredos por trás desse cemitério singular. Os ossos estão sendo minuciosamente em busca de pistas que possam revelar a causa da morte dos animais, descartando doenças e buscando indícios de rituais.

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“Acreditamos, por causa de onde foram enterrados, que estavam ligados às guerras gálicas travadas por Júlio César no século 1 a.C., mas isso ainda é apenas uma teoria”, diz Isabelle Pichon, chefe da operação arqueológica do Inrap.

A ausência de objetos enterrados com os animais, contrastando com a disposição ritualística, intriga os arqueólogos. Apesar disso, a teoria do sacrifício ganha força com a descoberta de um cemitério similar em Gondole, no Puy-de-Dôme, em 2002. Lá, oito guerreiros da Idade do Ferro e seus cavalos foram encontrados em uma sepultura retangular, sugerindo um ritual celta onde os animais acompanhavam seus senhores na morte.

DNA e sedimentos

Amostras de DNA dos ossos e do sedimento ao redor das sepulturas foram coletadas para análises. Essas informações genéticas podem oferecer pistas sobre a origem dos animais, suas relações entre si e até mesmo traços de doenças que podem ter influenciado suas mortes.

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