Trump é condenado por fraude em pagamento para silenciar atriz pornô
Ex-presidente dos Estados Unidos se torna o primeiro na história do país a ser condenado por crime; sentença será anunciada em julho
Por: Vitória Bronzati
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, foi condenado por fraude contábil ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels durante a campanha eleitoral de 2016. A condenação é inédita na história do país, sendo a primeira vez que um ex-presidente é declarado culpado em um processo criminal.
O júri, composto por 12 membros, deliberou unanimemente sobre todas as 34 acusações. O caso envolvia o suborno de Daniels para que ela não revelasse uma suposta relação com Trump, influenciando assim o processo eleitoral. Após a sentença, Trump criticou o juiz Juan Merchan, alegando que o julgamento foi manipulado e prometendo lutar pela presidência nas eleições de novembro.
Apesar da condenação, Trump ainda pode concorrer à presidência e governar, caso vença. Não há impedimentos legais nos Estados Unidos que o proíbam de participar da eleição ou exercer o cargo, mesmo se estiver preso. No entanto, Trump pode enfrentar restrições eleitorais na Flórida, onde seu registro de eleitor está localizado, já que o estado impede que condenados votem até cumprirem suas penas.
A pena para Trump será determinada pelo juiz Merchan em 11 de julho, podendo chegar a quatro anos de prisão. Especialistas acreditam que uma pena de prisão é improvável, devido à natureza não violenta dos crimes, a idade de Trump, e seu status como ex-presidente. Alternativamente, o juiz pode optar por uma pena mais branda, como liberdade condicional ou multa.
Além deste caso, Trump enfrenta outros três processos criminais: um por apropriação de documentos sigilosos da Casa Branca, outro por tentar reverter o resultado da eleição de 2020, e um terceiro relacionado à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Nenhum desses casos tem data de julgamento marcada para este ano. Trump afirma ser vítima de perseguição política e vê os processos como tentativas de impedi-lo de retornar à Casa Branca.
O julgamento, que começou em 15 de abril, revelou um esquema onde Trump, com a ajuda de seus assessores e do diretor do tabloide “National Enquirer”, David Pecker, suprimia histórias prejudiciais à sua campanha. Michael Cohen, advogado de Trump, foi a principal testemunha, confirmando que pagou a Daniels com dinheiro próprio e foi reembolsado por Trump, disfarçando o pagamento como honorários advocatícios.