Igreja Ortodoxa da Ucrânia se tornou independente da Igreja Russa

Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, assinou os 'tomos' em Istambul diante de clérigos e do presidente ucraniano

Postado em: 05-01-2019 às 16h25
Por: Guilherme Araújo
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Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, assinou os 'tomos' em Istambul diante de clérigos e do presidente ucraniano

Foi criada neste sábado (05) a Igreja Ortodoxa da Ucrânia na Turquia, formalizando uma cisão com a Igreja Ortodoxa da Rússia, à qual estava ligada desde 1686.

O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, assinou os “tomos” (decretos) em Istambul diante de clérigos e do presidente ucraniano Petro Poroshenko.

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Isso faz com que os clérigos ucranianos tenham de escolher entre a igreja apoiada por Moscou e a nova igreja, conforme a disputa entre forças do governo e rebeldes apoiados pela Rússia continua se arrastando no leste da Ucrânia. 

“A devota população ucraniana tem esperado por este dia abençoado por sete séculos completos”, afirmou Bartolomeu I em seu discurso.

O patriarca, considerado “primeiro entre iguais” no Cristianismo Ortodoxo, disse que os ucranianos podem, agora, desfrutar do “presente sagrado da emancipação, independência e autogoverno, libertando-se de toda intervenção externa”.

Poroshenko agradeceu Bartolomeu I “pela coragem de tomar essa decisão histórica” e disse que “entre as 15 estrelas das igrejas Ortodoxa do mundo, uma estrela ucraniana apareceu”, referindo-se ao número atualizado de igrejas que não respondem a uma autoridade externa.

No mês passado, líderes Ortodoxos Ucranianos aprovaram a criação de uma nova e unificada igreja, separada do Patriarcado de Moscou.

Em outubro, a decisão de Bartolomeu I de conceder à igreja ucraniana autocefalia, ou independência, enfureceu Moscou, e a igreja russa estreitou laços com Istambul, centro do mundo Ortodoxo.

Kiev tem feito pressão por uma igreja livre da influência de Moscou, pedido que se intensificou após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Presidente desde aquele ano, Poroshenko defende a criação da igreja enquanto faz campanha para as eleições de 31 de março. Apesar da igreja não fazer parte do Estado formalmente, está ligada de perto. (Com informações da Associated Press) 

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