EUA busca retornar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU

Segundo chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a gestão prioriza a democracia e os direitos humanos | Foto: Reprodução

Postado em: 24-02-2021 às 11h45
Por: Augusto Sobrinho
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Segundo chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, a gestão prioriza a democracia e os direitos humanos | Foto: Reprodução

O
chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, anunciou hoje (24/02) que
os Estados Unidos (EUA) vão concorrer a um assento no Conselho de Direitos
Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), no mandato de 2022 a 2024. O
diplomata lembrou o abandono da política da “cadeira vazia” seguida
pela administração Trump.

“Os
Estados Unidos colocam a democracia e os direitos humanos no centro de sua
política externa, porque são essenciais para a paz e a estabilidade. Pedimos
humildemente que todos os Estados-membros das Nações Unidas apoiem o nosso
desejo de voltar a ocupar um lugar nessa instituição”, afirmou Blinken,
durante videoconferência feita na organização.

A
administração Trump anunciou, em junho de 2018, que ia abandonar o conselho,
que constitui o órgão máximo da ONU no campo da defesa dos direitos humanos,
acusando-o de hipocrisia e de prejudicar Israel.

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“Esta
ligação está enraizada na nossa própria experiência de uma democracia
imperfeita e, muitas vezes, aquém dos nossos próprios ideais, mas que tenta
sempre tornar-nos um país mais unido, mais respeitoso e mais livre”,
adiantou em declarações que contrastam com a posição seguida pelo seu
antecessor, Mike Pompeo.

A
estratégia do ex-presidente Donald Trump de deixar “vazia” a
cadeira dos Estados Unidos – devido a uma desconfiança visceral no
multilateralismo – criou um vácuo no Conselho dos Direitos Humanos (CDH) e na
Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, o representante norte-americano
lembrou que o país marca seu retorno ao CDH ao condenar o golpe de Estado em
Myanmar.

Mesmo
Blinken elogiando a utilidade do conselho e destacado a sua importância para
chamar a atenção para as crises, o diplomata norte-americano aconselhou a
organização a repensarem o seu funcionamento. “Encorajamos o Conselho de
Direitos Humanos a examinar a forma como funciona, incluindo a atenção desproporcional
dada a Israel”, alertou.

Ele
sugeriu que o tratamento dado a Israel e a aos territórios palestinos
seja como os de qualquer outro país. Também defendeu que países que
não tenham um bom histórico de direitos humanos não sejam membros
do conselho.

Blinken
criticou especificamente a Rússia pelo tratamento dado aos que se opõem ao
Kremlin, citando Alexei Navalny, mas também denunciou as
“atrocidades” cometidas por Pequim na região de Xinjiang e a situação
em Hong Kong.

O
Conselho dos Direitos Humanos tem 47 membros de pleno direito, eleitos pela
maioria dos Estados da Assembleia Geral da ONU para um mandato de três anos,
enquanto os países restantes mantêm estatuto de observadores.

Os
Estados Unidos são o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU
que não tem assento na atual sessão da instituição, que começou nesta semana. (Agência Brasil)

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