Variante britânica não causa formas mais graves da Covid-19

O estudo publicado pela revista médica Lancet concluiu que a variante B.1.1.7 é mais transmissível | Foto: Reprodução/Fiocruz

Postado em: 13-04-2021 às 09h20
Por: Augusto Sobrinho
Imagem Ilustrando a Notícia: Variante britânica não causa formas mais graves da Covid-19
O estudo publicado pela revista médica Lancet concluiu que a variante B.1.1.7 é mais transmissível | Foto: Reprodução/Fiocruz

A revista médica Lancet publicou
os estudos The Lancet Infectious Diseases e The Lancet Public Health, que indicam que as pessoas
infectadas com a variante do SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido não contraem
formas mais graves da Covid-19.

Os estudos foram feitos por observação,
analisando a situação de cerca de 37 mil pessoas infectadas com a variante
designada como B.1.1.7. O acompanhamento de sintomas desses pacientes foi
realizado em dois hospitais de Londres, no Reino Unido.

“Não se detectou prova de uma associação entre a
variante e doença mais grave, com 36% dos doentes com a B.1.1.7. a ficarem
gravemente doentes e a morrerem, quando comparado com os 38% dos que tinham uma
variante diferente”, concluíram os pesquisadores.

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Em artigo publicado no boletim The Lancet
Infectious Diseases
, foram analisados 341 doentes admitidos no hospital do
University College e no hospital da Universidade de North Middlessex em
novembro e dezembro passado. A conclusão foi que os infectados com a
variante não ficaram doentes com maior gravidade, mas a carga viral
foi superior.

Em outro estudo, divulgado na
publicação The Lancet Public Health, analisaram-se dados submetidos
à aplicação Covid Symptom Study entre setembro e dezembro de 2020, que foram
cruzados com as análises genéticas regionais conduzidas pelas autoridades de
saúde britânicas destinadas a detectar a presença de variantes.

“A análise revelou que não há associações
estatisticamente significativas entre a proporção da B.1.1.7. entre regiões e
os tipos de sintomas que as pessoas tiveram”, concluíram os pesquisadores. Além
disso, a proporção de pessoas que tiveram casos prolongados de Covid-19, com
sintomas persistentes, não foi alterada pela presença da variante.

No entanto, os autores concluíram que o índice de
transmissibilidade (Rt) é 1,35 vez superior na variante B.1.1.7. Mas os pesquisadores
reconhecem a necessidade de investigação mais aprofundada.

A pesquisadora Britta Jewel, do Imperial College, comentou que
o estudo contribui para o consenso de que a B.1.1.7. aumenta a
transmissibilidade, o que levou, em grande parte, ao aumento exponencial de
casos no Reino Unido e em outros países europeus. (Agência Brasil – 
Com informações da RTP – Rádio e Televisão de
Portugal)

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