Como os investimentos anjo podem impactar as startups? 

Confira o artigo de opinião, desta terça-feira (15/03), por Amure Pinho

Postado em: 15-03-2022 às 10h35
Por: Redação
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Confira o artigo de opinião, desta terça-feira (15/03), por Amure Pinho

Vivemos sem dúvidas, o melhor momento do ecossistema de startups no Brasil. Nos últimos anos, colecionamos recordes consecutivos no mercado, em volume de investimentos, novos unicórnios, fusões e aquisições. Vemos um ambiente mais maduro, grandes empresas mais preparadas e próximas dos empreendedores, capital chegando na ponta – uma equação que tem tudo para continuar nos trazendo bons resultados em 2022 e que posiciona o Brasil em um lugar de destaque global. E nesse cenário de ebulição, o investimento anjo tem impacto direto nessa jornada. Sabe como?

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar um passo antes desse cenário. Hoje, o Brasil tem cerca de 13.800 startups mapeadas pela Associação Brasileira de Startups. E se por um lado, as startups em fase de scale-up (8,8%) já atingiram maturidade no seu modelo de negócios e estão na direção de grandes rodadas de investimento, a grande maioria (62,3%) das nossas startups ainda estão em fase operação e tração, ou seja, buscando pelo crescimento e pela primeira rodada de investimento.

É nesse estágio inicial que o investimento anjo atua: quando a startup já descobriu um problema a ser resolvido, construiu uma solução para o problema e encontrou os primeiros clientes, mas está precisando de capital para alavancar as avenidas de crescimento que já foram validadas. Pode parecer simples, mas essa é a fase crucial para uma startup – mais do que só capital, esse é o momento em que o empreendedor precisa de suporte e orientação para se preparar para uma jornada que está só no começo.

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Por isso, o investidor anjo, mais do que só alocar capital, tem o papel de tirar da frente do empreendedor os problemas que vão atrapalhar esse crescimento, fomentando o desenvolvimento do negócio, seja com sua expertise, através de conexões e mentorias, ou até mesmo com apoio emocional e psicológico, vindo de alguém mais preparado e que possivelmente já vivenciou isso, e que todo empreendedor (por diversas vezes nessa jornada) vai precisar. Essa é uma relação de confiança, pois como anjo apostamos em um negócio ainda em validação e o acompanhamos durante a trajetória até o sonhado exit.

Investir em startups, especialmente na rodada anjo, é um investimento de alto risco em parte pela baixa liquidez (você não pode vender a sua participação a hora que quiser) mas principalmente pelo momento embrionário, de muita instabilidade e de mais dúvidas do negócio do que certeza. Mas, assim como altos riscos, o retorno do investimento também costuma ser o mais alto entre outros modelos, fator que tem atraído a atenção de mais investidores interessados em conhecer o mercado, diversificar seus aportes, se expor mais ao risco, na busca de retornos não encontrados em modalidades mais tradicionais.

Só para se ter uma ideia, o venture capital (ou capital de risco) bateu recorde no último ano. Foram 9,43 bilhões de dólares investidos em startups brasileiras, e cerca de U$S9,5 milhões saíram apenas de investimentos-anjo, segundo o levantamento da plataforma de inovação Distrito.

E esse cenário só tende a continuar em crescimento, trazendo um alto impacto para todo o ecossistema: o investimento anjo contribui para o crescimento de startups de sucesso, fortalece o mercado empreendedor e atrai outros players do mercado para a possibilidade de investir em startups.

Mas com a alta demanda pelo investimento em startups, surge também a necessidade de conhecer mais do ecossistema de startups e ter a expertise para saber enxergar as melhores oportunidades, fatores que ainda geram dúvidas em investidores tradicionais. Por isso, a importância de players no mercado que quebram esses paradigmas e auxiliam futuros investidores com formação e educação sobre o mercado, como fazemos no Investidores﹒vc﹒

O caminho para um futuro ainda mais promissor passa pela transformação cultural de tornar o investidor brasileiro consciente e seguro de que startups merecem ser um importante ativo em sua carteira, nos colocando assim, na direção de novos recordes em investimentos no país.

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