Bullying e o olhar necessário aos sentimentos

Confira o artigo de opinião, desta quinta-feira (07/04), por Tatiana Santana

Postado em: 07-04-2022 às 10h29
Por: Redação
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Confira o artigo de opinião, desta quinta-feira (07/04), por Tatiana Santana

Criado em 7 de abril de 2016, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola foi instituído como uma iniciativa para chamar a atenção para os problemas causados pelo bullying e estimular a reflexão sobre o tema. Sancionada na exata data do massacre em Realengo, ocorrido cinco anos antes, em 2011, a Lei nº 13.277/2016 estabelece e reforça o apelo por mais empenho em medidas de conscientização e prevenção. 

Também chamado de intimidação sistemática, o bullying é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática.

Comportamentos negativos dos pais podem ampliar o risco da criança se envolver com bullying, segundo pesquisa da Universidade de Warwick, nos Estados Unidos. Foram analisadas informações coletadas por 70 estudos diferentes, nos últimos 40 anos, envolvendo mais de 200 mil crianças. Concluíram que pais e mães superprotetores ou negligentes, ampliam a probabilidade de os filhos sofrerem ou praticarem o assédio escolar. 

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Durante o isolamento social, o canal de denúncias de violação aos direitos humanos recebeu, até maio de 2021, 25,7 mil denúncias de violência física e 25,6 mil de violência psicológica. Crianças e adolescentes correspondem a 59,6% do total de ocorrências. Com o crescimento dos casos nas escolas, a preocupação não aumenta somente para os pais dos filhos vitimados, mas também dos possíveis agressores, responsáveis por prejudicar o cotidiano de outros estudantes. O alerta é para os tutores se atentarem para o que os filhos fazem não apenas dentro da escola, mas em outros ambientes com pouca supervisão. 

As crianças que praticam o bullying são mais comunicativas e têm facilidade de mobilizar outras; perfil de liderança. Costumam confrontar pais e também professores, são mais falantes e extrovertidas, intolerantes, normalmente envolvidas em confusões. Dá sinais de dificuldades comportamentais e emocionais desde cedo e a escola não é o único espaço de queixas e enfrentamento.

O bullying é uma forma de autoafirmação de poder através da agressão e humilhação. As consequências negativas podem ser imediatas ou tardias, sejam para os agressores ou para as vítimas. A indicação dos pesquisadores é que sejam feitos programas de intervenção não só nas escolas, mas também dentro de casas, encorajando as práticas positivas. Também, trabalhar com cada situação particular e analisar de existe um padrão de conduta que se repete. O quanto antes os pais puderem conversar com as crianças e escutá-las sobre suas preocupações, será mais fácil criar um ambiente harmonioso dentro de casa. 

Os pais devem ficar bem atentos ao comportamento dos filhos e, se a família perceber que a criança não está conseguindo lidar com o bullying sozinha, chegou a hora de intervir. Os pais devem mostrar que estão atentos às agressões e pedir ajuda da escola. A partir da Lei nº 13.185/2015 foram instituídos importantes objetivos que mostram caminhos mais corretos a serem seguidos a fim de combater. No âmbito escolar, o objetivo é capacitar os docentes e as equipes pedagógicas para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema.  

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