Projetos apliam espaço da mulher

Deputadas e vereadoras goianas avaliam conquistas e querem igualdade no cenário político

Postado em: 08-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Deputadas e vereadoras goianas avaliam conquistas e querem igualdade no cenário político

Sara Queiroz

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), 51,4% da população brasileira é composta por mulheres. São mais de 103 milhões de pessoas que trabalham e se esforçam durante toda a vida para conseguir sua representatividade dentro da sociedade brasileira. Mas apesar de ser maioria, a mulher é pouco representada no universo da política. 

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Na Câmara dos Deputados, elas são apenas 10% do total de parlamentares; na Assembleia Legislativa de Goiás existem apenas três deputadas para 41 vagas, menos de 2% do total; e na Câmara Municipal de Goiânia as vereadoras somam quatro cadeiras, contra 31 dos vereadores homens. Segundo as parlamentares goianas, o fato de as conquistas pelos direitos femininos ter ocorrido há pouco tempo, a falta de incentivo, coragem, tempo e o machismo são as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres para o ingresso no espaço político.

A deputada federal Flávia Morais (PDT) acredita que ainda falta direcionamento dos partidos para colocar a mulher dentro da vida pública. “A mulher entrou bem depois no campo político. Conseguimos o direito ao voto há pouco tempo, por exemplo, e isso nos traz muita dificuldade para alcançar nosso lugar”, declara Flávia, que já foi deputada estadual e candidata à prefeitura de Trindade em 2012.

Flávia defende a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de número 182, que tramita no Congresso Nacional, e que pretende garantir um percentual de vagas no Legislativo para as mulheres. A proposta busca implantar uma espécie de cotas para as mulheres nas próximas três legislaturas. Na primeira delas, de 10% do total de cadeiras nos parlamentos legislativos seriam reservadas para as mulheres; na segunda legislatura, o percentual subiria para 12% e, na terceira, para 15%. A PEC 182 já foi aprovada em dois turnos no Senado e agora espera votação na Câmara dos deputados, e conta com a resistência de alguns parlamentares. ela diz acreditar  que a proposta poderá trazer “avanços e a padronização” na política brasileira: “A falta de representação feminina é algo concreto”. 

O mesmo acredita a vereadora de Goiânia. De acordo com ela, as cotas para mulheres no Legislativo ainda são necessárias e, fundamental, para ampliar a participação feminina nas Câmaras de vereadores, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional.

A vereadora diz que há “falta absoluta de incentivo”. Segundo ela, para que ocorra um envolvimento político é preciso tempo, que falta naquelas que realizam duplas ou até tripla jornada no trabalho e em casa. “Para estar dentro do partido é preciso participar das reuniões, se inteirar das questões, e a mulher, sem tempo, acaba tendo essa limitação”.

A solução, segunda Cristina, é ter políticas públicas que dêem condições da mulher se dedicar e poder ser mais ativa na vida pública. 

Incentivos

A deputada estadual Adriana Accorsi (PT) avalia que a falta de participação feminina está ligada à falta de apoio dos homens. Segundo ela, “o homem não quer dividir o espaço público com as mulheres que, historicamente, são deixadas em casa para cuidar do lar”. A petista aponta o financiamento público de campanha, o incentivo dentro dos partidos para que existam lideranças femininas e os projetos que determinam número mínimo de candidatas e eleitas, como a saída para que a mulher tenha seu espaço amplificado.

A vereadora Tatiana Lemos (PC do B) ressalta que há na Câmara de Goiânia tentativas constantes da bancada feminina de apoiar projetos que criem e aumentem as políticas públicas voltadas para as mulheres da capital. 

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