Marconi anuncia concurso para polícias Civil e Militar

Estado pretende abrir concurso para 3 mil vagas como uma das medidas de combate ao avanço da violência em Goiás

Postado em: 08-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Estado pretende abrir concurso para 3 mil vagas como uma das medidas de combate ao avanço da violência em Goiás

RHUDY CRYSTHIAN/especial para o Hoje

Pouco mais de dez dias após a intensificação das ações contra a onda de criminalidade em Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) anunciou a criação de concurso público para preenchimento de 3 mil vagas para a segurança pública no Estado. Serão 2,5 mil postos para a Polícia Militar e 500 para a Civil. O comando geral de policiamento deve decidir como será distribuído esse novo efetivo.

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O anúncio foi feito na tarde de ontem (7) após a segunda reunião da força-tarefa de combate ao crime, montada justamente para conter o avanço da violência em Goiás, que tem assustado a população, principalmente na Região Metropolitana de Goiânia.

A reunião foi a portas fechadas no Palácio das Esmeraldas e contou com a participação da alta cúpula da segurança de Goiás, Procuradoria Geral do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), poder Legislativo, representantes de diversas secretarias entre outras entidades.

O edital ainda não tem data definida para ser lançado, mas o governador garantiu que será nos próximos dias. A previsão é de que o novo policiamento já ganhe as ruas no início de 2017. “Até lá esse novo efetivo poderá assumir algumas funções, ainda durante o curso de formação”, garante.

As vagas serão abertas para uma nova categoria de policiais. Soldados de 3º classe na Militar e 4º classe na Civil. Essa definição de classes ainda não existe na corporação e depende de aprovação na Assembleia Legislativa. Os salários devem ser de R$ 1,5 mil. Para migrar para outras categorias o policial deve cumprir os mesmo requisitos de prestação de serviço na corporação, que atualmente é de três anos.

Além disso, o governador explicou que fará um pedido à Secretaria de Estado da Casa Civil para que 230 aprovados em concurso da Polícia Técnico-Científica sejam chamados nos próximos 30 dias. 

Governador reclama de inércia da União 

Marconi Perillo foi taxativo em reclamar da falta de recursos e da inércia do governo federal em auxiliar os estados neste momento. “Tivemos uma queda na arrecadação no ano passado, bem como um déficit no PIB goiano. É uma crise sem precedentes. Não há planejamento no mundo que suporte um cenário desse”, reclama.

Ano passado o governo de Goiás gastou R$ 2,7 bilhões com segurança pública, 12,55% das riquezas geradas no Estado, segundo Marconi. No mesmo período, ele alega que o governo federal investiu, em todo território nacional, R$ 30 bilhões, menos que o orçamento do setor de estados como São Paulo, por exemplo.

O governador não apresentou qual será o impacto no orçamento para a realização desse concurso, mas garantiu que “o incremento nos gastos será minimizado com a redução de despesas em outras áreas”, sem detalhar quais seriam esses setores.

Outra medida anunciada, mas que também precisa passar pela Assembleia, foi o convênio com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) para a inserção dos policiais do Estado no sistema de assistência judiciária nos mesmos moldes do que é ofertado em outros setores do funcionalismo público.  

Sobre a portaria assinada semana passada, que determina o retorno para as ruas dos policiais que exercem funções em outros órgãos, o governador adiantou que a maioria já se apresentou. Sem fazer um balanço, Marconi comentou que alguns órgãos pediram um tempo maior para remanejamento e adaptações para que os outros poderes não fiquem sem proteção. Foi o caso da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Justiça. 

José Eliton faz balanço de operação 

O vice-governador e secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária, José Eliton, apresentou uma prévia dos resultados dos trabalhos da Operação Tolerância Zero, que pretende atuar de maneira mais incisiva contra a criminalidade em Goiás.

Segundo ele, de todos os setores registrados só não houve redução em um segmento, o roubo a comércio, que registrou aumento de 7% nos últimos dez dias, se comparado com o mesmo período do mês anterior. Em outras áreas a redução dos números foi significativa como homicídios (-30%), tentativa de homicídio (-28%) e roubo de veículo (-31%).

Após um final de semana intenso contra a criminalidade que começou na última sexta-feira (4), José Eliton afirma que os resultados mostram que a tática ostensiva está no “caminho certo”, mas concorda que precisa avançar. Ele acredita que não é seguro atestar esses números em tão pouco tempo, pois podem dar uma sensação de problema resolvido.

 

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