Marconi participa de ato de retomada de hidrovia

Meta é movimentar R$ 10 bilhões por ano em produtos de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, com transporte de 6 milhões de toneladas de produtos

Postado em: 12-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Marconi participa de ato de retomada de hidrovia
Meta é movimentar R$ 10 bilhões por ano em produtos de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, com transporte de 6 milhões de toneladas de produtos

O governador Marconi Perillo (PSDB) acionou ontem a botoeira que deu início ao carregamento das chatas que formam o comboio de barcaças de soja que deixará o porto goiano com destino a cidade de Pederneiras (SP), onde fica o terminal intermodal de transferência da mercadoria para trens cargueiros que seguem em direção ao Porto de Santos (SP). O empenho do governador para a retomada da navegação foi comemorado por autoridades que discursaram na solenidade realizada nas dependências da Caramuru Alimentos. O prefeito de São Simão, Márcio Vasconcelos, agradeceu Marconi pelo empenho que sempre teve e por ter “comprado briga em 2001 quando a hidrovia corria o risco de ser desativada”.

Segundo ele, nos dois anos em que a hidrovia permaneceu fechada, centenas de famílias perderam os seus empregos enquanto a economia do município definhava. O prejuízo neste período pode ter chegado a R$ 1 bilhão.

Continua após a publicidade

O presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária, Raimundo Holanda, disse que Marconi quebra o paradigma de que político só trabalha por voto. “Digo isso porque navegação não dá voto”, salientou para completar que o trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado “nos dá esperanças de um Brasil melhor, feito por pessoas que trabalham com seriedade e dedicação”.

Disse também que a hidrovia São Simão/Pederneiras movimenta R$ 10 bilhões por ano em produtos de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. “São seis milhões de toneladas transportadas por ano, operações que demandam o trabalho de poucas dezenas de marinheiros”, informou.

Segundo Raimundo Holanda, a mesma quantidade de grãos exigiria o trabalho de 200 mil caminhões caso o transporte fosse realizado por rodovias. Outro dado relevante é que, transportando uma tonelada de carga, a distância percorrida com um litro de combustível é de 220 quilômetros pela hidrovia, 85 quilômetros por ferrovia e 25 quilômetros pelo modal rodoviário.

Cada comboio fluvial, formado por quatro chatas e um empurrador, transporta 6 mil toneladas de carga por viagem. O transporte entre São Simão e Pederneiras (SP) é feito em quatro dias. Some-se a isso a economia superior a 30% no preço do frete praticado no Brasil, fator que representa diminuição de custo e consequente aumento de renda para os produtores.

Diretor da Louis Dreyfus Commodities, Luis Barbieri lembrou que o governador foi a primeira autoridade a sair em defesa da hidrovia quando ela foi fechada há dois anos. O diretor-presidente da Caramuru Alimentos, Alberto Borges, declarou que a retomada da navegação representou a vitória “da bandeira que levantaram o governador Marconi Perillo e o secretário Vilmar Rocha. Os desafios foram enormes. Se o governador não liderasse esse processo, a hidrovia teria ficado pelo caminho”.

O presidente da Caramuru, uma das quatro operadoras do Porto de São Simão (as outras são a ADM, Louis Dreyfus Commodities e TNPM), recordou que foi graças à insurgência do governador Marconi Perillo, quando do anúncio de fechamento do canal de Pereira Barreto (SP), que a hidrovia foi mantida. “Se o canal fosse fechado, seria o fim da hidrovia, uma vez que ela só tem sentido se ligar São Simão a Pederneiras”, acrescentou. 

Governo atuou para impedir fechamento da via navegável 

Marconi Perillo lembrou que esteve em São Simão há 14 anos para impedir que a hidrovia fosse fechada. Na época, havia racionamento de energia e o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso havia optado pelo fechamento da hidrovia para privilegiar a produção energética. “Não aceitamos e vencemos mais esta batalha com trabalho e persistência. Vencemos todas as lutas que travamos em defesa da hidrovia, porque temos foco nos resultados. O Brasil enfrenta crises hoje porque tem muito discurso, muita falácia e pouca ação”, disse.

No entendimento do governador, o escoamento da produção de grãos através de hidrovia, aumenta o lucro dos produtores em pelo menos 15%, além de representar queda no preço do frete e menos emissão de gás estufa na atmosfera. Com a consolidação da hidrovia, disse que São Simão caminha para se transformar num importante entreposto muldimodal. “Esta será a única hidrovia que oferece a intermodalidade de transportes – rodovia/hidrovia/ferrovia – até o Porto de Santos. Isso mudará de forma definitiva a história econômica e social de São Simão”.

Por ser mais conhecida como hidrovia Tietê/Paraná, e levando-se em conta a importância de São Simão para a operacionalidade do modal, Marconi apelou a todos que se habituassem, daqui para a frente, a denominar a hidrovia de Paranaíba-Tietê-Paraná. “Afinal, a hidrovia começa aqui em São Simão, no Rio Paranaíba, em Goiás”, frisou. 

Veja Também