Kátia Abreu cogita deixar PMDB para ficar com Dilma

Ministra da Agricultura tem dialogado com a cúpula do PSD para voltar ao partido

Postado em: 01-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ministra da Agricultura tem dialogado com a cúpula do PSD para voltar ao partido

Sara Queiroz

Em meio a turbulências em torno do seu nome, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu (PMDB-TO), veio ontem a Goiânia, na abertura do seminário Agronegócios e Energias Renováveis. Ela é uma das ministras resistentes a entregar o cargo após o fim da aliança do PT e PMDB, e pode deixar o partido para continuar integrando o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

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A peemedebista não quis falar com a imprensa. Discursou rapidamente durante o encontro. Ela chegou atrasada após o avião em que estava sofrer uma pane, como relatado pela própria, em sua conta no Twitter. Foi também pela rede social que a ministra disse, na última quarta-feira (30), que ficaria no “governo e no PMDB, e ao lado do Brasil no enfrentamento da crise”.

É especulado que Kátia opte por deixar a bancada peemedebista e ingressar em outro partido que ainda faz parte da base. Ela já recebeu propostas do PR e analisa um possível retorno ao PSD, sigla da qual se desfiliou em 2013. Antes disso, a ministra fazia oposição e duras críticas ao governo petista quando era filiada ao Democratas. Ela trocou o partido em 2011 para engrossar fileiras no PSD.

Mas para o presidente do PSD em Goiás e secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar Rocha, a volta da ministra à sigla não deve ser tão fácil. Do ponto de vista partidário, ele observa que seria confortável para a senadora retornar para o PSD, possibilidade que o partido deve analisar com mais cautela. “O problema é o seguinte: vir para o PSD é ok, mas vir para o PSD para continuar ministra, aí é outra coisa, e aí o partido tem que analisar”, pontuou.

Outra questão mencionada por Vilmar Rocha sobre o governo federal foi em relação aos votos da bancada do PSD goiano no processo de impeachment da presidente Dilma. Segundo ele, o partido nacional liberou a bancada para votar como quiser, em relação ao processo, e “80% de toda a bancada votará favorável ao impedimento”. Rocha disse que a situação do PSD em Goiás, desde as eleições de 2014, foi de oposição aos petistas. “Na eleição de 2014, nós aqui todos apoiamos a chapa de oposição, não apoiamos a Dilma. Então, estamos liberados para manter a coerência dessa posição política”.

O PSD tem hoje um ministro no Governo Dilma: Gilberto Kassab, que comanda a pasta de Cidades. Presidente nacional do partido, não há expectativas de que ele deixe o cargo. Por enquanto.

Sobre a possibilidade de um impeachment ser concretizado, o secretário de Agricultura afirmou que “uma coisa é realidade, outra coisa é desejo”. Para ele, é preciso realizar uma mudança forte e de união no Brasil para que o país melhore sua situação política e econômica. “Não é fácil 342 parlamentares votarem expressamente pelo impeachment. Para facilitar isso, só tem um jeito: ter no dia da votação uma grande manifestação popular. Se perto ds dia de votação houver uma grande mobilização, aí vira um rolo compressor, e aí a Dilma vai embora para casa”, declarou.

A abertura do seminário de Agronegócio e Energias Sustentáveis também contou com a presença do governador Marconi Perillo (PSDB), e o do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB). Em seu discurso, Marconi disse que se no Brasil “nós tivéssemos dialogando temas tão sérios como estes, alimentos, produção, sustentabilidade ambiental, nós não estaríamos envoltos a uma crise política, econômica, moral, de valores e princípios”. O governador completou dizendo que o seminário é uma forma de diálogo “como forma de encontrar saídas e soluções práticas para os grandes desafios que temos nesse momento no país”. 

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