Processo de impeachment não tem volta, diz Marconi

Governador avalia que há uma disputa de poder entre Dilma e Cunha que paralisa o Brasil, e que não se pode viver num país onde as instituições não funcionam

Postado em: 29-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador avalia que há uma disputa de poder entre Dilma e Cunha que paralisa o Brasil, e que não se pode viver num país onde as instituições não funcionam

Venceslau Pimentel

Em entrevista, ontem, a rádios de cidades da região Norte e do Vale do São Francisco, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) não tem volta. “Ainda acho que não há como parar o processo de impeachment. Pelo que temos de informações, ele será admitido no Senado e teremos um novo governo”, analisou.

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Marconi disse considerar que, para o momento, o processo é pertinente. “Hoje há uma briga muito grande entre Câmara e Presidência da República.  Está tudo parado. Nada anda. Não podemos viver num País onde as instituições não funcionam”, avalia.

Ele lembrou que muitos projetos dependem do Congresso e outros do governo federal. “Se for para melhorar essa situação, tirar o Brasil do atoleiro, é melhor que haja a mudança. E que seja rápida. Porque está tudo parado.

O governador relatou sobre o encontro com o ex-ministro Eliseu Padilha, apontado como um dos nomes mais fortes junto a um eventual governo de Michel Temer. Reafirmou que defendia o apoio do PSDB ao novo governo. E explicou o motivo. “Afinal, se não houver uma união de grande parte do Congresso, o Brasil não sai do buraco e da crise”. Para ele, entre pensar num projeto partidário pessoal em 2018 e ajudar o Brasil chegar a 2018, diz optar por ajudar o Brasil a se manter vivo. “Se todo mundo não ajudar, o Brasil vai chegar quebrado em 2018, e aí será muito ruim para todos”.

Embora Goiás tenha sido também atingido pela crise econômica, como todas as outras unidades da federação, o governador ressaltou que a sua experiência o levou a enxergar, em 2014, que o país mergulharia “em uma crise sem precedentes” na história do Brasil, nos dois anos seguintes.

“Ainda em 2014, fiz a maior reforma administrativa da história do Estado. Eliminei cerca de 10 mil cargos comissionados e temporários, diminuí despesas e reduzi o número de secretarias para dez”, relatou. Por conta dessa decisão, ele garante que foi possível atravessar 2015 sem grandes sobressaltos.

Queda no PIB

Ao citar que a retração do Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,8%, ele diz que o quadro é de agravamento da crise. “Esse ano não vai ser diferente, talvez melhore um pouco se houver a mudança de governo. Mas nós fizemos o dever de casa, fizemos muita economia”, salientando que houve a necessidade de sacrificar investimentos. Em compensação, Marconi observou que conseguiu manter a folha do funcionalismo e as principais obrigações do Estado em dia.

Sobre as dificuldades enfrentadas por outros estados, o governador ressalta que mesmo enfrentado problemas, “estamos conseguindo manter recursos para pagar folha, dívida externa, obrigações de segurança, educação, saúde. Consegui disponibilizar este ano R$ 260 milhões para a manutenção e recuperação de estrada. Com muito sacrifício”.

Quando a economia recua, ele diz que a primeira coisa que acontece é parar de consumir, o que diminui a arrecadação de ICMS, que é a maior fonte de receita do Estado. “À medida que para o consumo, para a receita. A gente tem de rever todo o planejamento do Estado. Foi o que fiz. Estou fazendo isso com uma equipe econômica muito boa, muito afinada comigo e graças a isso estamos conseguindo atravessar esse deserto de falta de dinheiro”. 

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