Goiânia pode ser a última parada de Dilma no cargo

A placa alusiva à inauguração do novo aeroporto da capital trará, provavelmente, o nome da presidente em seu derradeiro ato antes do impeachment

Postado em: 05-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A placa alusiva à inauguração do novo aeroporto da capital trará, provavelmente, o nome da presidente em seu derradeiro ato antes do impeachment

Venceslau Pimentel

Um ano e dois meses da última visita a Goiânia, quando aqui esteve para autorizar a construção do Ônibus de Trânsito Rápido (BRT), a presidente Dilma Rousseff (PT) deve retornar à capital, na segunda-feira, dia 9, para aquele que poderá ser o derradeiro ato dela no cargo, diante da iminência da aprovação da admissibilidade do processo de impeachment, no Senado.

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O caminho encurtou ainda mais ontem, com o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), pela admissibilidade do pedido de impeachment. Amanhã, o parecer será votado na comissão. Se aprovado, segue ao plenário que, no dia 11 de maio, vai decidir se acata ou não o relatório da Anastasia. Se a votação obtiver maioria absoluta, Dilma se afastará do cargo. Temer assumiria no dia seguinte, dia 12.

À espera da presidente, a inauguração do novo terminal do aeroporto de Goiânia, já tardia, uma vez que, em março de 2015, quando assinou a ordem de serviço para início da implantação do BRT, ela projetava o término da obra para novembro daquele mesmo ano.

Sob o testemunho do governador Marconi Perillo (PSDB) e do prefeito petista Paulo Garcia, de diversas autoridades e de representantes de movimentos sindicais e sociais devidamente cadastrados para o evento, a presidente chegou a dar uma ordem, publicamente, ao então ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha.

A tarefa era para que ele não deixasse faltar recursos para a conclusão do aeroporto. “Vocês vão cobrar de mim, mas eu garanto que vou cobrar dele”, disse a presidente, em discurso no Paço. Hoje, curiosamente, Padilha, longe da equipe da petista, é um dos cinco homens apontados como os mais próximos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que já vem montando o seu ministério, no caso de impedimento de Dilma.

Enquanto o novo governo não vem, Padilha agora atende às ordem de Temer, na montagem ministerial, ao lado Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima. Os cincos já foram muito próximos da presidente, quando PT e PMDB ainda rezavam na mesma cartilha.

Caso venha mesmo a Goiânia, e se decidir dar uma passadinha rápida nas obras do BRT, a presidente vai vistoriar uma obra que ainda não está nem pela metade, e o prazo de sua conclusão seria em 20 meses, a um custo de R$ 545,3 milhões, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).  No dia 12 de abril, Paulo Garcia vistoriou as obras e classificou o ritmo como acelerando. 

Terminal vistoriado 

Pelo andar da carruagem, o nome da presidente petista estampará a última placa de inauguração de obra em seu governo. A penúltima viagem está programa para sexta-feira, para visitar obras relacionadas à transposição do Rio São Francisco.

As formalidades do ato já foram previamente definidas pelo ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Carlos Gaba, que sucedeu Padilha. Ele veio a Goiânia, na terça-feira passada, para se certificar do andamento da obra. Foi informado que o novo terminal de passageiros conta com dois andares numa área de 34 mil metros quadrados. São quatro pontes de embarque, 23 balcões de check-in, 11 elevadores, quatro escadas rolantes, três esteiras de restituição de bagagem e sete canais de inspeção (raio-x e detector de metal).

 

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