Deputados avaliam que quadro requer nova eleição

Parlamentares goianos afirmam que há vacância na presidência da Câmara com saída de Cunha e que novo pleito deve ser convocado

Postado em: 07-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Parlamentares goianos afirmam que há vacância na presidência da Câmara com saída de Cunha e que novo pleito deve ser convocado

Sara Queiroz

Oafastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de deputado federal e, consequentemente, da Presidência da Câmara Federal, fez com que as atenções da Casa se voltassem para uma nova eleição para o cargo, que tem como um dos principais postulantes o deputado goiano Jovair Arantes (PTB). Uma possível candidatura dele para comandar a Casa está sendo especulada desde escolha de seu nome para relatar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

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Apesar das conversas já adiantas dentro do Congresso sobre as novas eleições internas, e seus possíveis candidatos, algumas questões de regimento ainda precisam ser discutidas para saber sobre a possibilidade de realização de um novo pleito interno. Até o momento, o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) comanda a Câmara. Alguns grupos defendem que ele continue no cargo até o calendário oficial das eleições, em janeiro do próximo ano, outros afirmam que ele deve conduzir cinco sessões e convocar a votação imediatamente, como manda o regimento interno, após o presidente eleito ser deposto.

Esse processo, e o regimento interno, devem ser discutidos na próxima semana na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). O deputado goiano Fábio Sousa (PSDB), que faz parte da CCJ, disse que vai defender essa tese para os colegas. No entendimento do tucano, o cargo de presidente da Câmara está vazio e não é possível esperar até o ano que vem para uma nova eleição.

O tucano explica que a substituição do presidente só poderia ocorrer em caso de renúncia, mas que a atual situação do processo contra Cunha, e julgamento no STF, não o permite voltar em tempo hábil até o final de seu mandato, o que viabilizaria um pleito ainda esse ano. “O cargo está vago, e já que esta assim, o presidente tem seguir o regimento e comandar cinco sessões até a nova eleição”, argumentou. Ele também defende que o novo presidente eleito apenas sirva como “mandato-tampão” até o calendário regimental, que prevê eleições de dois em dois anos.

Outro deputado federal goiano, Waldir Soares (PR), também diz que um novo pleito dentro da Câmara Federal seria a melhor solução. Para ele, a Casa passa nesse momento “por um caminho de moralização”, e condena que o atual presidente, Waldir Maranhão, também seja investigado pela Operação Lava-Jato.

“Acredito que os parlamentares de bem vão dar uma resposta melhor nas próximas eleições”, declarou. Porém, ele lembra que o regimento interno não permite novo pleito antes do tempo e que, em seu entendimento, isso só seria possível caso o STF também afastasse Maranhão. 

Bom trânsito entre oposição e situação  

Fábio Sousa, que é do PSDB, disse que votará de acordo com a posição do partido, mas afirmou que a eleição de Jovair Arantes seria positiva para Goiás. “Qualquer parlamentar goiano que assumir seria muito bom para nosso Estado, traria visibilidade e vários ganhos para os goianos”, pontuou.

Segundo ele, Arantes é hoje um dos mais cotados para assumir a presidência da Casa. As grandes chances de vitória do goiano, é segundo Fábio Sousa, fruto de seu bom relacionamento com todos os deputados e facilidade de diálogo com a maioria dos partidos que hoje fazem parte da Câmara Federal.

Foi a boa relação do petebista, que transitava entre partidos de oposição e do governo, que o fez se tornar relator do processo de impeachment da presidente Dilma, trazendo visibilidade nacional ao goiano. Jovair, que até o início desse ano, ainda era considerado aliado dos petistas, concretizou seu relatório pedindo a cassação da presidente, aprovado em plenário, e elevando os holofotes para seu nome. Ele também era considerado, e até hoje se mantém na posição, de ser um dos aliados do agora presidente afastado, Eduardo Cunha.

A reportagem tentou contato com o deputado, mas não conseguiu até o fechamento da edição. Em entrevista com veículos de comunicação goianos, realizado logo após a aprovação do impeachment no plenário da Câmara, Jovair Arantes afirmou que sua possível ascensão a presidência da Casa seria feito no momento oportuno. “Se os companheiros deputados acharem que eu tenho que ser nesse momento candidato à presidente da Casa, evidentemente eu não fujo da raia, não corro da luta”.

Ele também havia declarado que o momento era de aproximação entre o Legislativo e a sociedade, que teve seu ápice, de acordo com o petebista, na votação do processo de impedimento contra Dilma, mas que “ainda está muito longe de a sociedade acreditar, apoiar e estar próxima do Legislativo”. 

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