Jucá sugere mudança na Lei de Lavagem de Dinheiro

Senador entregou seu relatório à CPI do Futebol, que deve ser discutido na comissão nesta semana. Não há indicação de indiciamento

Postado em: 09-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Senador entregou seu relatório à CPI do Futebol, que deve ser discutido na comissão nesta semana. Não há indicação de indiciamento

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) entregou à Comissão Parlamentar de Inquérito do Futebol no Senado seu relatório. A expectativa é que o texto de Jucá seja discutido e votado pelos membros da CPI já na semana que se inicia.

O senador não sugere o indiciamento de nenhuma pessoa envolvida nos escândalos de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – esses escândalos vêm sendo investigados por autoridades internacionais como a justiça da Suíça e o FBI americano.

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No entanto, ele propõe alterações na Lei de Lavagem de Dinheiro “para que, entre as entidades obrigadas a adotar a política do conheça o seu cliente, a manter os registros das transações e a comunicar ao Coaf operações suspeitas, estejam todas aquelas que operam nas redes de intermediação e serviços envolvidos nos negócios do mercado do futebol, conforme os esquemas revelados pelas investigações do FBI e pela documentação recebida na CPI”.

Ele propõe ainda a minuta de um projeto de lei para a tipificação do crime de corrupção privada, que não existe atualmente no Brasil. A ideia é adotar o modelo europeu e criar um “instrumento legal que pode se revelar muito útil para os órgãos de persecução penal quando as medidas vigentes se mostrarem insuficientes ou sem a força intimidatória e pedagógica necessárias”.

Jucá propõe ainda mudanças no Estatuto do Torcedor para prever o uso de seguranças privados no interior dos estádios e a responsabilidade do proprietário ou administrador do estádio nas hipóteses de descaso em relação a dispositivos da lei (higiene, alimentação, instalações físicas, monitoramento) e à ocorrência de delitos dentro do estádio.

Fora as proposições legais sugeridas, ele fez ainda observações e sugestões para melhorar a governança no futebol brasileiro, com o objetivo de profissionalizar a gestão dos clubes e a relação com os atletas desde a formação de base.

Entre outras coisas, ele sugere “aperfeiçoamento das normas trabalhistas aplicadas à atividade profissional do atleta, com vistas a adequá-la à realidade e à especificidade do desporto”; vedação de participação de dirigentes, eleitos ou nomeados, ou seus parentes, até terceiro grau, em empresas com as quais a entidade tenha negócios ou contratos, sob pena de destituição; e o adiamento da exigência de que os clubes, antes de iniciar as temporadas, apresentem nada consta do FGTS de seus atletas e dos impostos devidos ao governo.

“Sugerimos, para evitar a inviabilização de muitos clubes, postergar a vigência e aplicação dessa condição para o ano de 2018. A exigência dessas certidões passaria a ser feita tão apenas no início da temporada, tendo validade para todas as competições do ano desportivo da respectiva entidade de administração do desporto, de modo a resguardar a continuidade e segurança jurídico-desportiva das competições”, diz o relatório. (ABr) 

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