Marconi diz que pacto federativo é prioridade

Ao discursar na abertura de encontro de prefeitos, em Brasília, governador disse que reordenamento encabeça lista de temas cruciais ao país

Postado em: 12-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ao discursar na abertura de encontro de prefeitos, em Brasília, governador disse que reordenamento encabeça lista de temas cruciais ao país

VENCESLAU PIMENTEL

O governador Marconi Perillo (PSDB) defendeu ontem a necessidade de os estados e municípios agirem em conjunto para a definição de uma pauta enxuta, mas eficaz, para ser defendida junto ao Governo Federal. 

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Para ele, encabeça a lista de temas cruciais para a recuperação da economia dos estados e municípios um pacto federativo que priorize a repartição mais equânime das receitas federais. Ele comentou o assunto ao dar palestra durante a XIX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em Brasília.

Marconi abriu seu discurso evocando sua condição de democrata ao respeitar o direito daqueles que se posicionam a favor ou contra o impeachment em da presidente Dilma Rousseff, em fase de debate para votação no Senado. De qualquer maneira, destacou, nessa data de hoje colocar-se-á fim ao imbróglio político que se arrasta há muito tempo no Brasil.

Testemunhou que os governadores e prefeitos não agüentam mais a crise política “porque ela atrapalha os nossos planejamentos, as nossas receitas, os empresários que atuam nos estados e nos municípios, desemprega as pessoas e derruba as nossas receitas. E na medida em que temos as receitas em queda, não há planejamento e nem previsibilidade que consigam se sustentar”.

Lembrou que ao longo de sua vida pública sempre trabalhou com planejamento estratégico, com planos plurianuais, discutindo os orçamentos e criando estratégias. Mas que, numa crise como essa – pior recessão que o Brasil já teve em sua história desde 1929 – dois anos seguidos o que se caracteriza também como depressão, não há orçamento que suporte.

O governador manifestou sua convicção de que as coisas vão melhorar daqui pra a frente. Otimista, acha que teremos condições de começar a por um fim na crise política ao colocarmos fim a crise econômica: “Não dá pra aguentarmos setores do Congresso se digladiando com o poder executivo sem que as coisas possam andar e possamos enxergar solução no fim do túnel”.

Marconi propôs aos prefeitos um trabalho conjunto para uma pauta comum. Defendeu uma reforma na federação, a rediscussão do pacto federativo e mais justiça na repartição das receitas.  Disse que o constituinte repartiu o bolo democraticamente, mas que, de lá pra cá, estados e municípios foram perdendo receitas ao longo do tempo. “Hoje, municípios e estados são responsáveis por quase tudo o que se gasta com a educação, com a saúde, com infraestrutura, com segurança pública. Há uma concentração enorme de receitas em poder da União. Isso precisa acabar”, observou. Ele acha que as reivindicações conjuntas dos governadores e prefeitos devem primar pela qualidade e não pela quantidade. “Eu acho que a gente não tem que levar ao governo um elenco muito grande de propostas. (Com assessoria) 

Brasil vai viver novo  tempo, diz governador 

A partir de hoje, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo, o Brasil vai viver um novo tempo, disse ontem o governador Marconi Perillo (PSDB), ao lançar as Cavalhadas de Palmeiras, no Palácio das Esmeraldas. No momento em que ele discursava, o Senado dava início à sessão em decidiria pela admissibilidade do processo de impeachment da petista.

“Tenho certeza de que a partir de amanhã (hoje), vamos viver novo tempo no Brasil”, afirmou. “Tenho certeza de que vamos começar uma mudança na economia, porque a partir do momento em que começamos a estabilizar a crise política, começaremos a estabilizar a crise econômica”.

Marconi lembrou uma de suas características como gestor, que é de sempre trabalhar e organizar as finanças nos primeiros dois anos para “acelerar” nos outros dois. “Só não estamos mais acelerados porque, nos últimos quatro meses, tudo parou no Brasil, por conta do impeachment: privatização da Celg, empréstimos… nada anda no Brasil”, lamentou.  

Referindo-se ao prefeito de Palmeiras, Alberane Marques, e ao deputado José Vitti (PSDB), o governador mostrou-se otimista com os rumos do País e disse ter certeza de que, com os ajustes feitos pelo seu governo, e também os prefeitos, em suas cidades, vai concluir a sua administração com muitas realizações, assim como ocorreu em todos os seus mandatos.

Por apostar na mudança, com um novo governo na esfera federal, Marconi disse estar feliz pelo desfecho de ontem. “E que (o desfecho) seja para a mudança, pois o governo atual não tem mais apoio no Congresso Nacional”, disse, antevendo o afastamento de Dilma. (VP) 

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