Costa admite ocultação de dinheiro da PF

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu tirado R$ 50 mil em dinheiro do seu escritório

Postado em: 15-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu tirado R$ 50 mil em dinheiro do seu escritório

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa admitiu ter pedido à filha, Ariana Bachmann, que tirasse R$ 50 mil em dinheiro do escritório de sua empresa, a Costa Global, no dia em que a Polícia Federal foi à sua casa cumprir mandado de busca e apreensão: “Obviamente, tudo errado, uma ação errada minha. Mais errada por ter obstruído a Justiça, mais errada por ter colocado minha família nesse rolo”, disse.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, Costa disse ter chamado Ariana à sua casa, pouco depois da chegada da polícia. Sem os agentes perceberem, entregou a chave do armário onde o dinheiro estava guardado: “Peguei a chave do armário do escritório e entreguei para ela sem o pessoal perceber. Pedi para a minha filha ir no escritório e pegar um dinheiro que eu tinha lá, alguma coisa entre 50 mil reais ou um pouco mais, que eu usava para pagar as dívidas do escritório”.

O ex-diretor da Petrobras confirmou que o dinheiro era proveniente de comissões recebidas na Petrobras, fruto de “vantagem ilícita”. Ele também disse que a filha pegou uma planilha, mesmo sem que ele pedisse. Ariana também depôs à Justiça Federal. Admitiu ter pego o dinheiro, a pedido do pai e a planilha, por conta própria. A planilha tinha informações de depósitos feitos no exterior. Tanto o dinheiro quanto a planilha foram apreendidos pela PF dias depois.

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“Eu via na televisão a Polícia Federal fazendo busca e apreensão e tudo que eu sei é que eles levam muita coisa, às vezes até coisa que não tem muita importância. Então, eu peguei coisa minha, de empresas que eu representava. Coisas que eu nem precisava ter pego. Do meu pai, foi a parte do dinheiro e uma planilha que eu nem vi o que era, só botei na minha bolsa e levei”, disse Ariana, que foi ao escritório acompanhada do marido, Marcio Lewkowicz.

Costa, em seu depoimento, tentou inocentar a filha e o genro. Segundo ele, eles não agiram como se quisessem esconder documentos comprometedores, uma vez que saíram do prédio passando pelo elevador e pela porta principal, monitorados por câmeras: “Foi uma falta de malícia total deles, porque eles nunca tinham passado por isso. Se tivessem que esconder muitas coisas, teriam descido pela escada, pela garagem”.

O marido de Ariana também depôs. Ele explicou que foi com a mulher ao escritório e retirou documentos de sua empresa, que estavam em uma sala da Costa Global, uma vez que sua sala estava em reformas. Marcio Lewkowicz disse que estava “assustado” com a ida da polícia à casa do sogro e levou seus documentos por não terem relação com os negócios de Costa. O próprio ex-diretor da Petrobras afirmou que Lewkowicz não tinha vínculo com a Costa Global ou com os seus negócios. No final de seu depoimento, Ariana pediu para ler uma declaração na qual defende o pai. Chorando, ela reconhece os erros do pai, mas se diz orgulhosa dele. (ABr) 

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