Para Marconi, prosperidade virá com reformas urgentes

Venceslau Pimentel

As primeiras medidas a ser tomadas pelo presidente interino Michel Temer (PMDB), para que o Brasil se recupere da grave crise econômica, foram tema de mesa redonda durante o V World Economy and Brazil, no Harvard Club, em Nova York, com a presença do governador Marconi Perillo (PSDB) e de renomados economistas.

Em entrevista após o evento, Marconi disse que as reformas estruturantes são urgentes para que o Brasil chegue ao patamar de prosperidade almejado. “Perdemos 14 anos no Brasil sem reformas. É preciso reconquistar esse espaço perdido focando para valer, priorizando para valer e buscando consenso em relação a essas reformas”, afirmou, salientando que as reformas estruturantes são sempre muito difíceis, polêmicas, mas necessárias. “Sem passar por elas, o Brasil não vai conseguir chegar a esse patamar de prosperidade que nós desejamos”.

A mesa de discussão contou com a participação do fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Arminio Fraga; o Diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas e ex-presidente do Banco Central do Brasil, Carlos Geraldo Langoni, e o diretor e economista do Banco Bradesco, Octavio de Barros. 

Para o governador, os três economistas fizeram um detalhado diagnóstico da situação política e econômica do Brasil, com uma dose de otimismo moderado. “Acreditam que após a mudança do governo as coisas comecem a se resolver para melhor no país. O cenário em médio prazo é um cenário positivo”.

Além da urgência das reformas, Marconi frisa que o Brasil precisa investir em inovação, em eficiência, competitividade e produtividade. Nesse sentindo, ele considera essenciais as reformas da previdência, reforma trabalhista e reforma tributária, que disse considerar mais importantes até que a reforma política.

Outros quatro aspectos levantados no debate, para o país superar a crise, foram investimentos na eficiência, inovação, competitividade e produtividade. “Foram mantras que todos disseram aqui e que são essenciais”, observou o governador.

Os economistas, segundo relatou, foram categóricos ao dizer que o Brasil precisa confiança e trabalho. “Não adianta falar em confiança sem que haja ação pragmática, clara, no sentido de fazer mudanças estruturais que levem o Brasil a um novo patamar a partir de agora, com a geração de mais empregos e a melhoria da área econômica que possa resultar em recursos para investimentos em infraestrutura e em outras áreas”.

Agronegócio

A importância do agronegócio para a economia brasileira também foi discutido no encontro, na defesa de seu fortalecimento. “Todos são unânimes em dizer que se desperdiça muito dinheiro no Brasil por falta de planejamento, por falta de bons projetos e por conta da falta de foco na gestão”, frisou. Ele informou que está, junto à sua comitiva, conversando com investidores fortíssimos, tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos, que são potenciais industriais do futuro em Goiás.

Para o governador, a participação dele, representando Goiás, mostrar a importância do Estado. No ano passado, foi São Paulo. “Nós somos o segundo estado a se apresentar para uma plateia tão importante e seleta como essa aqui em Nova York”. A deferência se deve, segundo ele, porque o governo tem procurado investir nas parcerias privadas e, principalmente, nas gestões novas e estratégicas na saúde e, agora, na educação. “O mais importante é inovação, competitividade, infraestrutura”.

Ele destacou o Inova Goiás e o Goiás Mais Competitivo. “Para sair da crise vamos ter de investir muito em criatividade e em programas que possam fazer a diferença. Tanto na inovação quanto na competitividade o aspecto da infraestrutura é muito importante. O outro é investir para valer em educação e formação tecnológica”, avaliou.