“Eleição será o confronto entre populismo e gestão”, diz Vecci

Confira a entrevista exclusiva com o pré-candidato a prefeitura de Goiânia Giuseppe Vecci (PSDB)

Postado em: 10-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Confira a entrevista exclusiva com o pré-candidato a prefeitura de Goiânia Giuseppe Vecci (PSDB)

Sara Queiroz e Rubens Salomão

Em entrevista ao O Hoje, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSDB, Giuseppe Vecci, considera que as eleições na capital serão um divisor entre quem vende demagogia e populismo e aquele que propõe programas de governo exequíveis, sem quer enganar a população. Para ele, é preciso que se substitua a improvisação pelo planejamento. O tucano espera ser, neste pleito, o mensageiro da esperança, de que o eleitor possa ver nele a possibilidade de resolução dos problemas, mas sem vara de condão. Vecci também comenta as primeiras pesquisas de intenções de voto. 

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Como que você avalia as pesquisas de intenções de votos?

Eu diria que do ponto de vista das pesquisas, para mim que sou desconhecido de 70% da população de Goiânia, é positivo ter crescido nos dois levantamentos. Positivo ter um índice de rejeição pequeno, e positivo na espontânea por poder estar numa situação boa. Mas é preciso ainda levar para a população o conhecimento do meu projeto, das minhas propostas, do que eu já fiz, que certamente eu estou propondo para poder mudar essa situação caótica que se encontra Goiânia.

Qual a estratégia para se aproximar do eleitor?

Eu continuo trabalhando muito, tenho certeza que estou fazendo o certo, me reunindo nos bairros com segmentos organizados da sociedade, encontros dos mais variados tipos, além de entrevistas, reuniões. Eu acredito que essas eleições sejam o confronto entre o populismo e a gestão. O confronto entre a experiência e equilíbrio contra a inexperiência e aventura; o confronto de quem tem visão estratégica do futuro e quem tem condão da vara mágica. Eu acho que isso é que vai ocorrer nessas eleições.

Qual o desafio para se tornar conhecido da população?

Como qualquer candidato, eu também tenho ansiedade e angústia de não ser conhecido. Mas a história nos mostra que há a possibilidade de ser criar uma onda em que você cresce mais do que se esperava em três quatro meses, em dez dias. É nesse sentindo que eu espero estar mostrando à população alguém que não é melhor que os outros, mas alguém que é gestor, empresário, professor, que tem experiência, é equilibrado. Goiânia não vai viver de sobressaltos com a gestão de alguém que tenha esse perfil. Não acredito que somente a minha pessoa tenha esse perfil, mas eu tenho também.

O que fazer para as pessoas prestarem atenção nas propostas?

A população está cética com todo mundo e, por isso, a demagogia, o populismo vende-se mais facilmente. Isso certamente cria uma falsa perspectivas paras pessoas. Eu não quero e não vou vender demagogia, populismo, não vou mentir para a população. Mas eu também quero ser o mensageiro da esperança, de que as pessoas possam ver na minha pessoa a possibilidade de resolução dos problemas. Mas sem condão da vara mágica. Às vezes, parte das pessoas não quer ouvir isso, mas eu entendo que hoje, para nós solucionarmos os graves problemas que Goiânia enfrenta, nós temos que ter que fazer uma gestão compartilhada. Temos que chamar os governos estadual e federal, ter parceria com as igrejas, sindicatos, associações comunitárias, chamar a população para resolver os problemas juntos. Para fazer isso é preciso ter credibilidade.

O senhor fala sobre a questão da onda de crescimento. Para isso acontecer é necessário o critério básico, que seria a união dos partidos da base de apoio ao governo do estado?

Não necessariamente. Eu tenho acompanhando pesquisas qualitativas, e elas continuam mostrando que Goiânia quer um gestor, alguém preparado, equilibrado, e acho que sou um dos candidatos que tem esse perfil. Espero que, gradativamente, as pessoas saiam desse momento de ver facilidade em quem só critica, e possa ter condições de enxergar uma proposta duradoura. O prefeito de Goiânia não vai se fazer só com campanha. As pesquisas mostram que também há uma vontade de mudança em relação a cidade, e pode ser capitaneada tanto pela minha pessoa como por outros que estão por aí. Mas é preciso mudar a forma de gestão da cidade, substituir o amadorismo, improvisação por planejamento. Trocar uma administração centralizada, travada, por uma gestão descentralizada, regionalizada, como tenho colocado a questão das sub-prefeituras, como uma das formas de aproximar a prefeitura da população.

Há conversas hoje sobre a união da base em torno do seu nome?

Conversas há e vontade muito mais. Eu gostaria de ser o candidato de toda a base, quem não gostaria? Mas isso tem que ser conquistado, não pode ser imposto por A ou B ou pelo governo. Porque são circunstâncias diferentes, até porque todos fazem parte da base do governo estadual, mas querem ter condições de poder lutar pelos governos municipais, isso é natural. Mas isso não impede conversações. Estamos tendo conversas, procurando ampliar nesse sentido para que a gente possa enfrentar os candidatos que estão hoje em uma situação melhor, mais populistas, mas se isso não for possível é para isso que serve o segundo turno.

A melhor estratégia é unir a base ou dividir votos para forçar um segundo turno?

Eu acho que o importante mesmo é ter um bom projeto para Goiânia. Que boas propostas boas possam sensibilizar as pessoas. É isso que vai valer na hora do voto.

Com as mudanças na Legislação Eleitoral, não há mais financiamento por parte de empresas da iniciativa privada. O senhor vai gastar dinheiro do próprio bolso? Pretende buscar financiamento de que forma?

Eu já tenho um desenho de como fazer para captar recursos de uma rede de pessoas físicas. A partir do momento em que isso possa ser feito, nós já estamos com essa proposta. Agora, todo mundo vai ter que se adaptar a essa nova realidade. A campanha será mais barata. Esse trabalho que estou fazendo hoje é de saliva e de andar, ter disposição. E isso a gente tem de sobra, o que a gente gasta não é nada. Mas as campanhas tendem a ser muito mais baratas, para todos os candidatos, até para aqueles que possam ter dinheiro.

Como está a formatação da chapa proporcional?

Isso faz parte do processo de alianças que estamos trabalhando nessas eleições. O PP já está incorporado conosco, já fizemos reunião com a maioria dos partidos que fazem parte da base do governo estadual. Eu acredito que com isso vai haver um afunilamento até o final do mês. Os vereadores todos já estão com as chapas prontas.

Tem meta de cadeiras a ser conquistadas na Câmara de Goiânia?

Os partidos que conversam comigo acham que dá para aumentar ou manter o mesmo tanto. Mas a gente não sabe detalhadamente o que vai ocorrer. O importante é dar apoio a esse pessoal, porque nenhum prefeito tem condições de governar sem o somatório de vereadores que possam estar afinados com seu projeto de governo.

O que você propõe é uma gestão que busca inovar sem gastar tanto?

Ninguém elege prefeito, nem vereador, nem deputado para ficar chorando falta de recurso. Elege para a pessoa ter criatividade, garra e determinação para poder criar condições de tentar reverter. Eu sou uma pessoa partidária, de chamar a iniciativa privada como forma de favorecer o interesse público. Os governos europeus, o Fernando Henrique Cardoso e até mesmo o PT, agora no final, entenderam que as concessões são algo positivo. Então a gente precisa somar nisso.

Que nota o senhor dá para a gestão de Paulo Garcia?

Eu não gostaria emitir nota, mas eu o vejo como pessoa do bem, mas inapta para a gestão. Acho que de uma forma geral, as pesquisas estão dizendo que a gestão dele é muito mal avaliada.

Que nota o senhor dá para a gestão de Iris Rezende?

O Iris Rezende é uma pessoa que já tem um conhecimento e experiência de gestão pública maior. 

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