Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Cai terceiro ministro de Michel Temer

Henrique Alves deixou o Ministério do Turismo, após ser citado em delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado

Postado em: 17-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Cai terceiro ministro de Michel Temer
Henrique Alves deixou o Ministério do Turismo, após ser citado em delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado

Após ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu ontem demissão do cargo. A informação foi confirmada pela Assessoria de Imprensa da Presidência da República.

O ex-presidente da Câmara Henrique Alves teria recebido, segundo Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos.

Ele é o terceiro ministro, após pouco mais de um mês do governo interino de Michel Temer, a cair depois de denúncias relacionadas à Operação Lava Jato. Romero Jucá, que foi ministro do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência, Fiscalização e Controle, saíram dos cargos após divulgação de trechos da delação de Machado, em áudio, em que eles criticavam a operação.

Continua após a publicidade

Alves enviou uma carta com o pedido de demissão a Temer, mas o teor não foi divulgado. Na noite de ontem (15), o ministro esteve no Palácio do Planalto reunido com o presidente interino.

O sigilo dos depoimentos de Sérgio Machado à força-tarefa da Operação Lava Jato foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federall (STF) Teori Zavascki, relator dos inquéritos da operação na Corte. Machado citou o presidente interino Michel Temer e mais de 20 políticos, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) e do ex-presidente José Sarney (PDMB-AP). Os políticos negaram as acusações. 

Na carta de demissão enviada ao presidente interino da República, Michel Temer, o agora ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves afirma que tomou a decisão de deixar a pasta para “não criar constrangimentos” ou “qualquer dificuldade” para o governo.

Citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e investigado na Operação Lava Jato, Henrique Alves disse acreditar que todas as denúncias contra ele “serão esclarecidas”.

“Estou seguro de que todas as ilações envolvendo o meu nome serão esclarecidas. Confio nas nossas instituições e no nosso Estado Democrático de Direito. Por isso, vou me dedicar a enfrentar as denúncias com serenidade e transparência nas instâncias devidas”, diz Alves em um trecho da carta a Temer.

No documento, Alves agradece a lealdade, amizade e o “compromisso de uma longa vida política e partidária” de Temer. “Sempre estaremos juntos nessa trincheira democrática em busca de uma nação melhor. A sua, a minha, a nossa luta continuam. Pelo meu Rio Grande Norte e pelo nosso Brasil”, escreveu o ex-ministro na carta.

Ex-ministro do Turismo também no governo da presidenta afastada Dilma Rousseff, Henrique Eduardo Alves teria recebido, segundo a delação de Sergio Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos. O peemedebista também é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de receber propina disfarçada de doações eleitorais de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS.

Henrique Eduardo Alves afirma que as doações que recebeu foram legais e declaradas à Justiça eleitoral. (ABr) 

Veja Também