Temer avalia efeitos sobre decisão do Reino Unido

Presidente interino escalou Henrique Meirelles para acompanhar desdobramentos da saída da Grã-Bretanha da União Europeia

Postado em: 25-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Presidente interino escalou Henrique Meirelles para acompanhar desdobramentos da saída da Grã-Bretanha da União Europeia

O presidente interino Michel Temer escalou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para, com a ajuda do embaixador britânico no Brasil, Alexander Ellis, avaliar os efeitos que a desvinculação do Reino Unido da União Europeia pode causar ao Brasil.

Temer, no entanto diz que o plebiscito feito ontem no Reino Unido é um assunto interno e que, portanto, não cabe ao governo brasileiro opinar sobre o assunto. Na reunião, eles devem discutir assuntos além da saída do Reino Unido da União Europeia. 

“O Reino Unido decidiu por uma consulta popular. Portanto, decisão política nós não vamos discutir. Precisamos verificar quais são as repercussões econômicas que possam atingir o Brasil. Meirelles vai se encontrar com o representante do governo britânico, com quem vai discutir essas questões”, disse o presidente interino em entrevista à Rádio Estadão.

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“Vamos esperar os acontecimentos. Mas só depois deles efetivamente se consolidarem, em um segundo momento, é que vamos verificar qual o impacto que o Brasil sofrerá em função disso. Mas sobre aspecto político, nós não vamos dar palpite”, acrescentou.

Para Temer, exemplo similar deveria ter sido adotado pela Venezuela que, segundo ele, “interferiu nas ações internas do nosso país ao dizer que aqui estava se processando um golpe”.

“Somos cientes e conscientes do princípio constitucional da autodeterminação dos povos. Então, tomamos muito cuidado em nos metermos em questões de outros países. No instante em que o presidente da Venezuela diz algo dessa natureza, o Itamaraty respondeu duramente a essa manifestação”, argumentou o presidente interino.

Em relação ao Mercosul, Temer disse que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, tem dito que é preciso reequacionar a relação com o bloco, mas que, do ponto de vista do governo, não há dúvida da importância desse mercado.

“Temos um acordo sendo estudado com a União Europeia e estamos nos esforçando por ele. O Brasil muitas vezes tem dificuldade de fazer acordo por estar preso a compromissos com o Mercosul. Então, neste momento, temos de rediscutir um pouco a questão do Mercosul. Não para eliminá-lo, mas para dar-lhe uma diretriz mais segura nessa tese da universalização das relações com os outros países”.  (ABr) 

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