Paulo Garcia diz que Iris deixou dívida de R$ 170 mi

Prefeito do PT, que sucedeu o peemedebista, comentou o assunto durante prestação de contas na Câmara de Goiânia, ontem de manhã.

Postado em: 28-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Prefeito do PT, que sucedeu o peemedebista, comentou o assunto durante prestação de contas na Câmara de Goiânia, ontem de manhã.

Sara Queiroz

Oprefeito Paulo Garcia (PT) afirmou que recebeu de Iris Rezende (PMDB) dívida no valor de mais de R$ 170 milhões na área da Saúde. A declaração foi feita durante a prestação de contas do petista do primeiro quadrimestre de 2016, realizado na Câmara Municipal na manhã de ontem (27). Ainda na prestação de contas, o prefeito indicou que o município de Goiânia reduziu as despesas totais em 8,8% e que as despesas com pessoal tiveram queda de 10,27%.

Em um tom mais brando do que aquele usado na última prestação, em que relatou pela primeira vez ter recebido dívidas de seu antecessor, aumentando a rixa entre petistas e peemedebistas na época, Paulo Garcia evitou dessa vez criticar ex-gestores da capital. Porém, isso mudou quando o vereador Clécio Alves (PMDB) pediu a palavra e pediu que mostrasse qual foi a dívida deixada por Iris.

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De acordo com Clécio, o ex-prefeito havia lhe confidenciado que deixou o Paço Municipal com mais de R$ 200 milhões em caixa, e que não havia comprado nada fiado em sua gestão. Ele, que não estava na prestação de contas realizada no início do ano, pediu que Garcia apresentasse provas sobre as dívidas que o peemedebista poderia ter deixado para ele.

“Já disse que se o atual prefeito mostrar que o ex-prefeito entregou a prefeitura endividada eu vou dar de joelhos entre uma tribuna e outra aqui pedindo perdão ao senhor”, prometeu. Clécio também declarou que as pessoas deveriam “lavar a boca” para falar de Iris Rezende, porque não aceita que a imagem do peemedebista seja denegrida.

Ao final da colocação, o vereador ainda alfinetou o prefeito e ex-aliado: “Não faça querer achar que o povo é besta. As urnas mostraram isso, o resultado da arrogância, da soberba, da prepotência, da ingratidão vai mostrar nas urnas e eu vou estar aqui para ver”.

Paulo respondeu ao parlamentar e disse que nunca falou mal de Iris, e que quando declarou que todo gestor deixa restos a pagar é “porque essa é uma realidade”. O prefeito também apresentou documento protocolado na Justiça em que o Estado cobra da prefeitura uma dívida de R$ 172 milhões exatamente na área da Saúde. Disse que esse montante foi atualizado para R$ 300 milhões nos últimos anos, informou. Ele acrescentou que só mostrou o processo porque o vereador havia pedido alguma prova contundente, mas salientando que nunca denegriu a imagem do ex-aliado. “Aqui eu tenho uma documentação, mas os senhores e senhoras aqui presentez jamais viram eu falar alguma coisa indevida em relação a imagem do ex-prefeito”, reiterou.

O prefeito também disse que Clécio não precisaria andar de joelhos para pedir perdão e que havia ficado muito triste com a o fim da aliança político-partidária dos dois partidos. “Eu sofri bastante com o rompimento dos nossos partidos, porque foi um momento de profunda tristeza, mas agora já me recuperei”, contou. 

Despesas caem e arrecadação cresce 

Ao falar das contas da prefeitura, Paulo Garcia indicou melhora nas despesas total e com pessoal. Também foi mostrado que houve crescimento em 5,64% na arrecadação entre os meses de janeiro e abril.

Houve ainda redução de  despesas com o funcionalismo, registrando no primeiro quadrimestre R$ 596 milhões, o que corresponde a 47,99% do valor da receita total, fato que colocou o município abaixo do Limite Prudencial limitado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Entre maio de 2015 a abril de 2016, a receita corrente líquida evoluiu 10,76%, enquanto as despesas no mesmo período cresceram 5,4%. Essa diferença entre as evoluções de receita e despesas é essencial para que consigamos equacionar as contas públicas do município”, comentou o secretário de Finanças, Jeovalter Correia.

Apesar de números positivos, a receita tributária caiu 6,09%, com baixas principalmente no IRRF (Imposto de Renda Retida na Fonte) e ISTI (Imposto sobre Transmissão de Imóveis ). Os únicos que aumentaram a arrecadação nesse período foram o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), de 14,93%, e ISS (Imposto sobre Serviços).

A dívida consolidada do município de Goiânia é de R$ 517 milhões, 17,98% do total da Receita Corrente Líquida. O limite definido pelo Senado para dívidas das cidades é de 120% de toda a receita.

“Apesar da crise, acredito que a prefeitura apresenta um desempenho razoável diante de um cenário econômico não muito favorável. Os indicadores estão todos de acordo, em cima da margem legal. A prefeitura conseguiu ultrapassar a crise com tranquilidade”, afirmou Jeovalter. 

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