“Rechaço a pecha de populista e demagogo”, diz Waldir

Confira a entrevista exclusiva com o pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Delegado Waldr

Postado em: 29-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Confira a entrevista exclusiva com o pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Delegado Waldr

Venceslau Pimentel, Rubens Salomão e Sara Queiroz

Alvo de críticas mais contundentes por parte de adversários, depois das primeiras pesquisas eleitorais que o colocam na preferência do eleitor goianiense, juntamente com Iris Rezende (PMDB), o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Goiânia, Delegado Waldir (PR), reage ao rótulo de populista e demagogo. “Será que é por eu ter 500 mil seguidores nas redes sociais ou por ter tido a maior votação da história de Goiás para a Câmara dos Deputados”?, indaga. 

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Em entrevista ao O Hoje, o parlamentar diz respeitar as pesquisas, mas afirma que não está preocupado com os números, e que trabalha para consolidar seu nome até o dia 2 de outubro. Ele traça algumas diretrizes para as áreas de Saúde, Educação e Segurança Pública. 

As primeiras pesquisas de intenção de voto movimentaram a pré-campanha. Tanto que, por conta da liderança do senhor e de Iris Rezende, a base governista passou a cogitar a possibilidade de lançar apenas um candidato. Como avalia esses primeiros movimentos com essas pesquisas?

Diferente de todos os pré-candidatos, nosso trabalho de pesquisas e de rua não começou hoje, começou desde a nossa eleição do ano passado. Fui o primeiro pré-candidato a se colocar na corrida para administrar Goiânia, tive desentendimento com meu ex-partido em razão dessa minha pretensão. Em relação aos sinais dessas pesquisas, que temos desde março do ano passado, para mim é apenas fumaça de que estamos seguindo no caminho certo. Em relação a outros pré-candidatos, eu ficarei calado. Deixaremos para o cidadão avaliar dessas articulações políticas, porque, como eu não faço parte delas, eu deixei esse meio e prefiro não me manifestar. Quero falar dos meus projetos para Goiânia e de mudanças, porque é esse o caminho que queremos trilhar.

Concorda com a avaliação de que essas primeiras pesquisas medem o grau de conhecimento que o eleitor tem dos nomes colocados como pré-candidatos?

Essa tese não é verdadeira. Parte de quem não tem números aceitáveis nas pesquisas. Ela parte desse pressuposto. Essas pessoas que defendem essa tese querem dizer que elas são insignificantes? Elas querem dizer que aqueles que pontuaram pouco são desconhecidas? Nunca fizeram nada no mundo político? Tem se questionado ao longo do tempo que eu não tenho experiência, mas as pessoas experientes, então, não deveriam estar sendo amadas nas pesquisas? Essa é uma tese furada e de quem defende interesse próprio. Querem fazer as pessoas de bobo. Todos os demais pré-candidatos tiveram visibilidade em vários lugares, em cargos públicos, por ser filho de alguém, etc.

Acredita que esses números das pesquisas vão se confirmar até as eleições?

Eu não estou preocupado com números. Nós estamos semeando para colher os frutos no dia 2 de outubro. Para nós é indiferente. Nós recebemos com muita humildade, mas é apenas referência e fumaça, e nos direciona sobre quais mudanças devemos fazer em nossos projetos.

O senhor já disse que o PMB é aliança confirmada e não precisaria de mais. Há conversas com outros partidos ou não?

Não, eu disse que eu não tenho cargos para oferecer nem na prefeitura ou governo, como estão fazendo por aí. Eu não tenho dinheiro para oferecer para esses partidos caminharem conosco. Eu estou à disposição para que outros partidos caminhem conosco, só não tenho estrutura para oferecer. Os partidos que vem para o lado Delegado Waldir, vem porque acreditam em nosso projeto, nas nossas propostas e plano de governo. Não temos como fazer barganha política.

Já frustrou algum partido, que buscou conversa, mas queria alguma contrapartida para formar aliança?

Com certeza. As pessoas sabem o que o candidato pode oferecer. Essa é uma campanha diferente. As pessoas têm que entender que não tem a mesma estrutura. É uma campanha com outra realidade, que vai ser muito fiscalizada pelos órgãos competentes. Muitas pessoas não acordaram para isso. Não temos recursos milionários. Devemos contar apenas com recursos suficientes para fazer uma campanha.

Quanto o senhor pretende gastar e de onde virão esses recursos financeiros?

O que se pode gastar é o que está na previsão oficial, que é R$ 4,7 milhões. Mas nós não devemos chegar nesse gasto total. Nós contamos com a contribuição legal que o partido deve fazer na nossa campanha, e depois veremos pessoas físicas para serem doadores. A gente não tem como adivinhar isso, até porque não chegamos ao período de captação de recursos

O que senhor pensa sobre críticas que sua candidatura poderá se desidratar ao longo da campanha?

Eles (os críticos) devem estar fazendo curso de adivinhação. Eles estão fazendo previsão sobre o quê? Em relação a que o Delegado Waldir sofrerá desgaste em relação aos debates. Eles querem debater o quê? Mobilidade, acessibilidade, orçamento, plano diretor, lei orgânica, questão das escolas? Estou à disposição deles para um bom debate para discutir Goiânia. Como eu disse, acato as pesquisas apenas como sinal, não é nossa ferramenta. Nós temos um projeto, e ao longo do tempo alguns pré-candidatos querem dizer que eu não sou experiente. Quando eu fui candidato a deputado federal as pessoas também diziam que eu não era experiente para o cargo, mas só no primeiro ano eu fui escolhido como o 16º melhor parlamentar entre 513 na Câmara dos Deputados.

Quantas secretarias o senhor projeta, em caso de vitória?

Nós vamos ter uma prefeitura muito enxuta. Não serão os 22 órgãos que temos atualmente, vai ser muito enxuta. Eu não vou falar em números, mas vai ser inferior a dez, e muito delas ocupadas por técnicos. Quero que a partir do segundo ano, os próprios profissionais das pastas, como Educação e Saúde, façam as eleições dos secretários.  

Dá para sentir a diferença de uma campanha majoritária para a proporcional?

Nenhuma. Na verdade esses estrategistas que vivem em escritórios de ar condicionados e não veem as ruas, criam fantasias de que são campanhas diferentes. Me mostra qual é a diferença, que eu consigo derrubar todos esses paradigmas dessas pessoas que falam que há diferença. É para quem faz aquele modelo velho de política, do tradicional. Os grandes Golias que eu enfrentei na campanha para federal só vão ser maiores agora. 

O senhor acredita então que o goianiense que votou no seu nome para deputado federal votará agora para prefeito?

Eu não vou fazer adivinhação, como outros candidatos fazem. Vamos esperar até o dia 2 de outubro. Eu diria que meu eleitor não ganhou combustível, nem dentadura, não ganhou cesta básica, nem cargo em lugar nenhum. Meu eleitor é formador de opinião, porque pesquisou no que eu trabalhava, no que eu trouxe de retorno para a sociedade. É um voto de opinião, ele não é um eleitor do grupo ou liderança tal, é cidadão esclarecido de várias partes da cidade. 

Alguns pré-candidatos têm dito que o senhor e o Iris Rezende são populistas. Você se considera um político populista?

Eles sabem quais os significados do que é populista? Qual proposta minha não é real? Se você fala que eu não tenho proposta real, então você tem que ter argumento. Se eu vou fazer uma proposta de Goiânia, eu tenho que saber de onde vai sair, quanto vai sair. Eles têm que provar qual proposta do Delgado Waldir que não é factível. Ou eles têm acesso ao meu plano de governo ou equipe? Se for para dizer que sou demagogo ou populista tem que provar isso. Quero saber também qual é a tradução deles para dizer que sou populista. É por que tenho mais de 500 mil seguidores nas redes sociais? Ou por que eu sou o mais votado na história de Goiânia ou Goiás? Me deem argumentos, estamos numa pré-campanha para discutir argumentos. 

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