Marconi alerta para desunião da base aliada

Governador diz lamentar a prevalência de projetos pessoais em detrimento da proposta de unidade dos partidos nas eleições em Goiânia

Postado em: 07-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Governador diz lamentar a prevalência de projetos pessoais em detrimento da proposta de unidade dos partidos nas eleições em Goiânia

Venceslau Pimentel

Depois de 16 anos sem o PSDB lançar candidato a prefeito de Goiânia, o governador tucano Marconi Perillo diz que chegou a hora de o partido apresentar à sociedade goianiense um candidato à prefeitura “à altura da modernidade e das exigências do povo da capital”.

Essa foi uma das três reflexões que o governador fez durante evento realizado pelo PSDB na noite de terça-feira, no Parque de Exposição Agropecuária de Goiânia, com a presença de Giuseppe Vecci, do vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton (PSDB), do presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa (PSDB) e do presidente eleito José Vitti (PSDB), além dos presidentes regional e metropolitano, Afrêni Gonçalves e Rafael Lousa.

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No entanto, Marconi diz ter observado que a base aliada está dispersa, de olho apenas em projetos pessoais. “Apresentamos um excelente candidato que está trabalhando para convencer as pessoas acerca de suas qualidades. Mas o que eu vejo hoje na nossa base, lamentavelmente? Muitas pessoas estão pensando apenas nos seus projetos pessoais para 2018. Estão se esquecendo que antes de 2018 nós vamos ter as eleições de 2016, e serão estas as eleições fundamentais para construirmos um caminho vitorioso em 2018”.

O PSDB lançou candidato a prefeito da capital em 2000, com Lúcia Vânia, que não avançou para o segundo turno. Nos dois pleitos seguintes (2004 e 2008), o partido apoiou o deputado federal Sandes Júnior, (PP), e em 2018 esteve na campanha do deputado federal Jovair Arantes (PTB). Nem Sandes nem Arantes lograram êxito. 

Para as eleições deste ano, os pepistas já hipotecaram apoio a Vecci, mas o PTB lançou a pré-candidatura do o ex-deputado Luiz Bittencourt. O PSD, que também é da base aliada ao Palácio das Esmeraldas, corre em raia própria com o deputado Francisco Júnior.

“Eu nunca vi dar certo na política essa história “cada um para si e Deus por todos”, alertou o governado, ressaltando o seu engajamento nas campanhas de candidatos de partidos aliados. “Eu fui leal e solidário aos companheiros da base o tempo todo”, afirmou.

Marconi assegurou que mesmo em momentos difíceis ou até impossíveis, disse ter aceitado o desafio de liderar as eleições no Estado, para que os aliados pudessem ajudá-lo a imprimir um plano de governo que pudesse transformar a realidade de Goiás. “Nunca corri da raia e nunca pensei nos meus projetos pessoais, sempre foi no coletivo”. 

“Só espero que não digam que não foram avisados” 

Ao dar o recado aos partidos aliados que estão em campos diferentes no processo sucessório em Goiânia, o governador disse estar observando a tudo isso com a coragem de quem já enfrentou desafios e que está disposto a enfrentar outros “com os verdadeiros e leais companheiros que não querem esparramar a nossa base”.

Ao sustentar que sempre fiz a política do acolhimento, muitos estão trabalhando para espalhar a base, mas sem citar nomes. “Arquem com as consequências depois”, avisou. “Nós vamos dar o tratamento adequado aos que estão juntos, aos que estão trabalhando pela unidade, independente de sermos nós, mas a responsabilidade tem que ser de todos no sentido da unidade”.

Vecci, de acordo com Marconi, já demonstrou sua disposição de colaborar com a unidade da base, assim como o vice-governador José Eliton. “Eu tenho falado ao Afrêni, ao Lousa, que todos nós temos tido essa disposição de buscarmos aglutinação da nossa base. Só espero que não digam depois que não foram avisados”.

Apesar da fragmentação do bloco, ele diz que vai para o enfrentamento, como forma de consolidar a candidatura de Vecci. “Mas não vamos aceitar dissimulações. Eu respeito o direito de todos de serem candidatos, mas não tolero o fato de algumas pessoas estarem colocando seus projetos pessoais acima dos interesses coletivos da nossa base”.

Ao se referir diretamente a Vecci, o governador frisou que se ele estiver no comando da prefeitura, a partir de 2017, poderá contar com um governo parceiro. “Vamos injetar recursos para melhorar cada vez mais a qualidade de vida do goianiense. Pode contar conosco para o cumprimento do seu pano de governo”, pontuou.

Assim como Marconi, Vecci conclui que cada um está olhando para o seu interesse. “O PSDB está no governo, o PSDB tem força em Goiânia. Eu espero que tenhamos força, sim, para ganhar as eleições. Mas quem está tentando dividir tem muito menos força que nós. E nós estamos chamando eles”. 

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