Cunha renuncia; Maranhão marca eleição para o dia 14

Líderes dos partidos na Câmara já se mobilizam para a escolha do novo presidente da Casa

Postado em: 08-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Líderes dos partidos na Câmara já se mobilizam para a escolha do novo presidente da Casa

Quatro horas após o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciar à presidência da Câmara dos Deputados, no início da tarde de ontem, o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA) convocou para a próxima quinta-feira (14), às 16h, sessão extraordinária para a eleição do novo presidente da Casa. A decisão foi lida pela deputada Erika Kokay (PT-DF), quando presidia os trabalhos.

Pela decisão de Maranhão, os pretendentes à presidência da Câmara deverão apresentar as suas candidaturas até as 12h do dia 14. O processo de escolha do novo presidente da Casa foi acelerado com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Pouco antes da leitura da decisão de Waldir Maranhão, o líder do governo, André Moura (PSC-SE), anunciou uma reunião de líderes partidários no final da tarde desta quinta-feira para tratar do processo sucessório.

O próximo presidente da Câmara ocupará a cadeira para uma espécie de mandato-tampão, comandando a Câmara dos Deputados até fevereiro do próximo ano, quando um novo presidente será eleito.

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Cunha, que permanece com o mandato de deputado federal, explicou os motivos de sua decisão. “Resolvi ceder ao apelos generalizados dos meus apoiadores […] Somente a minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará infinitamente”, disse, ao ler sua carta de renúncia em entrevista à imprensa no Salão Nobre da Câmara. Ele informou ter encaminhado a carta ao primeiro-vice-presidente da Casa.

Ao ler a carta, Cunha disse que é alvo de perseguição por ter aceito a denúncia que deu início ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Sofri e sofro muitas perseguições em função das pautas adotadas. Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment. Não tenho dúvidas, inclusive, de que a principal causa do meu afastamento reside na condução desse processo de impeachment da presidenta afastada”, disse. Cunha chorou ao ler alguns trechos da carta. 

O peemedebista disse também que sempre falou a verdade. “Comprovarei minha inocência nesses inquéritos. Não recebi qualquer vantagem indevida de quem quer que seja”, disse.

Eduardo Cunha chegou no início da tarde pela chapelaria da Câmara, passou na Secretaria-Geral da Mesa e marcou a entrevista à imprensa no Salão Nobre da Casa, apesar de ter sido autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a circular na Câmara apenas para se defender do processo de cassação no Conselho de Ética ou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em ocasiões anteriores, por várias vezes, Cunha negou que iria renunciar. (ABr) 

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