Marconi aposta em solidez de geradora de energia

Com prejuízo mensal de R$ 40 mi da Celg D, governador diz que tendência são construções de pequenas usinas e parcerias com enpresas privadas

Postado em: 09-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Venceslau Pimentel

Ao inaugurar ontem a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Fazenda Velha, no município de Jataí, o governador Marconi Perillo (PSDB) disse também que o Estado está deixando a área de distribuição da CelgD, e explicou o motivo. “A CelgD não tem um centavo hoje para fazer novos investimentos. Depois de muito ajuste, nós temos hoje R$ 40 milhões de prejuízo mensal. Não dá pra ficar com uma empresa dessa”, afirmou.

Ele diz que a tendência é o país investir mais em pequenas usinas, por serem mais econômicas, com menor custo de produção, pelo baixo impacto ambiental e podem ser erguidas em rios com menor vazão. “Isso contribui para o fortalecimento regional e descentraliza a geração de eletricidades”.

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O edital de concessão da Celg – uma das maiores distribuidoras de energia do País, controlada pela Eletrobras (50,93%) e pelo governo de Goiás (49%), foi publicado no dia 24 de junho, por um prazo de 30 anos. O valor mínimo é R$ 2,8 bilhões para a desestatização da empresa. Já o leilão está previsto para 19 de agosto na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. 

Atualmente, a companhia atende 237 dos 246 municípios no Estado, o que corresponde a mais de 98,7% do território goiano — atendendo 2,61 milhões de unidades consumidoras.

A hidrelétrica em Jataí (construída no ribeirão Ariranha), custou R$ 78 milhões, construída pela Celg G&T (Geração e Transmissão), com 20% de participação societária, em parceria com a Construtora Villela e Carvalho, Concrecom e Luana Participações.

A usina tem três unidades geradoras e sistema de transmissão de interesse restrito, com potência total de 16,5 MW.

Marconi, ao lado do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) e do diretor-presidente da construtora, Crézo Vilela, além de outras autoridades, acionou, via tablet, o sistema operacional, dando início à vazão da água que movimenta as turbinas.

De acordo com ele, a Celg G&T, que começou do zero, hoje tem a participação em mil megawatts de geração. Desses, ela será proprietária no médio prazo de 200 megawatts.

Marconi disse também que o Estado está deixando a área de distribuição da CelgD. “A CelgD não tem um centavo hoje para fazer novos investimentos. Depois de muito ajuste, nós temos hoje 40 milhões de prejuízo mensal. Não dá pra ficar com uma empresa dessa”, comentou.

Ele calcula que com a venda dos 49% da companhia energética, o Estado vai viabilizar investimentos no valor de R$ 2 bilhões em três anos. “Isso será uma injeção na veia para a industrialização, o desenvolvimento do agronegócio, aqui em Jataí e em todo o Estado”, disse.

O governo procura fortalecer uma empresa da qual tem 100% de participação, atuando na transmissão. Linhas e subestações estão sendo construídas com a participação societária da Celg G&T. “Não há nada para ser mais rentável do que a geração. E esta foi a opção que fizemos: Celg Geração e Transmissão e Celg Telecomunicações.

Parceria

Para Marconi, as parcerias público-privadas (as PPPs) são o modelo ideal no setor. Ao explicar que a Celg G&T é 100% pública, ele salienta que a empresa entra com 20% do capital na participação societária, ficando o restante com a iniciativa privada. “Essa é na verdade uma parceria entre o setor privado e o público. Nós temos que nos despir de preconceitos em relação ao capital. O capital quando bem empregado traz o bem para a sociedade. Ele melhora a qualidade de vida das pessoas”.

Em meio à crise econômica que o país atravessa, o governador diz que Brasil precisa de “engenharias econômicas e políticas”, que possibilitem “andar para frente e ao mesmo tempo de pessoas que nos ajudem a destravar a questão ambiental”. 

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