“Não haverá nem financiamento público nem privado”

“Nós temos pelo menos 15 pré-candidatos a prefeito competitivos em capitais”

Postado em: 10-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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“Nós temos pelo menos 15 pré-candidatos a prefeito competitivos em capitais”

Sara Queiroz

Opresidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, esteve presente em Goiânia na última semana para a abertura do curso preparatório oferecido aos pré-candidatos do partido. Ao falar com a imprensa, Siqueira comentou sobre as estratégias para o novo financiamento de campanha, a crise política do país, perspectivas para o Governo Temer e para as eleições de 2016 e também 2018. Veja os principais trechos da entrevista. 

O que o partido orienta aos pré-candidatos para essa campanha que será a primeira depois das mudanças nas regras eleitorais?

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Eu acho que no caso dos candidatos do PSB, o principal é que os candidatos de fato tenham uma plataforma condizente com o ideal do partido, que estejam absolutamente conscientes dos quadros que vão encontrar de crise econômica bastante profunda, mas, sobretudo que estejam conscientes dos problemas que vivem suas comunidades. O prefeito é um agente público que deve se dedicar aos problemas reais da sua população, então essa que deve ser sua mensagem. O partido sempre orienta seus candidatos, que levantem e listem os problemas dos municípios e formulem políticas públicas capazes de resolver e solucionar.

Como o PSB se prepara para a questão do financiamento que agora não pode receber dinheiro das empresas?

Esse é um problema gravíssimo, porque pela primeira vez na história do país nós temos uma campanha eleitoral que não há financiamento nem público nem privado. Esse é o fato. Porque se tirou a possibilidade de contribuição das pessoas jurídicas e ao mesmo tempo não se fez o que devia ser feito que é o financiamento público. Estamos orientando que se faça as campanhas para que os próprios eleitores possam contribuir, e isso é muito complexo considerando que não há uma cultura no Brasil em que os eleitores ajudam a financiar as campanhas. É uma eleição completamente atípica desse ponto de vista do financiamento em que todos os partidos estão absolutamente apreensivos de como se dará.

O cenário nacional de crise política pode interferir nas eleições municipais?

Eu acredito que a interferência vai se dar muito nos grandes centros urbanos mas nas cidades menores acho que prevalecerá os interesses locais, mas não deixará também de ter algum reflexo porque afinal de contas a crise provocada pelos diferentes governos do PT, a herança maldita que recebeu o presidente Temer, deixa um saldo muito negativa para o governo anterior e certamente isso terá algum reflexo, mas acho que isso será proporcionalmente maior nos grandes centros.

Como o senhor analisa o rendimento até o momento do governo Temer?

Eu acredito que o presidente Temer tem feito um esforço muito grande e tem conseguido. Em menos de dois meses conseguiu acordo com os Estados, já aprovou a Emenda Constitucional para estabelecer os 30% da DRU. O país já respira um pouco mais aliviado. Ele formou uma equipe econômica excepcional e que está enfrentando e dando alguma perspectiva de reestruturar a economia. Eu avalio esse período do governo Temer como muito positivo.

Acredita que o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff seja concretizado?

Já considero a presidente Dilma como ex-presidente porque seria um desastre para o país os senadores cometerem essa irresponsabilidade. Ela sofreu impeachment porque mereceu sofrer, porque criou uma crise sem precedentes na economia e na política por incompetência e irresponsabilidade, portanto precisa ser julgada e afastada definitivamente de seu cargo.

Quais sãos as perspectivas de números do PSB para as eleições municipais?

Nós temos a expectativa muito positiva em relação a resultados, temos pelo menos 15 pré-candidatos a prefeitos em capitais, todos competitivos, temos 1.578 candidatos a prefeito e milhares de candidatos a vereador.

Como está essa construção para as eleições presidenciais de 2018?

Eu sempre digo que o tempo existe para que as coisas não aconteçam simultaneamente, para que tudo aconteça no seu devido tempo. Seguramente o partido sente a grande perca que teve do presidente Eduardo Campos, mas ele segue crescendo porque não é um partido de pessoa única, não depende apenas de uma figura política por mais importante que ele era de fato para nós e para o país. Mas o partido continua crescendo e tem muitas lideranças intermediárias como governadores, senadores, uma boa bancada de deputados federais, estaduais e muitos vereadores. Então passada das eleições municipais nós vamos tratar das eleições presidenciais. Por enquanto vamos nos debruçar e gastar bastante energia para termos bons resultados nas eleições de 2016. 

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