Mendanha não descarta aliança com oposição

Sara Queiroz, Rubens salomão e Venceslau Pimentel

Presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha é o nome do PMDB para disputar as eleições municipais. Braço direito do atual prefeito, Maguito Vilela, Mendanha falou ao Hoje sobre os impactos que a saída de Iris Rezende das eleições de Goiânia, as expectativas para o pleito desse ano e sobre possíveis alianças com partidos da oposição ao prefeito. O vereador também comentou sobre a relação, muitas vezes criticada, entre o prefeito Maguito e o governador Marconi Perillo (PSDB), além dos principais gargalos que devem ser resolvidos na cidade de Aparecida de Goiânia. 

Qual o impacto da saída de Iris da eleição de Goiânia para todo o Estado de Goiás?

As eleições sempre foram feitas casadas e o nome do Iris é o maior nome do PMDB  e que vai deixar um legado, principalmente para nós que somos novos, de trabalho e luta. Eu fui pego de surpresa, talvez a maioria dos peemedebistas também, e se faz necessário agora que outras lideranças emergentes possam estar trabalhando e lutando para que possamos ocupar o espaço que vai ficar vago por conta da saída de Iris. Nós lamentamos, mas entendemos também que é um processo natural. Agora temos que olhar para frente e trabalhar para novos nomes.

O senhor teme perder votos por conta dessa saída de Iris?

O Iris é uma figura importante do Estado e já tínhamos combinado de fazer algumas reuniões e comícios nas regiões limites de Aparecida de Goiânia. Entendo que a principio causa alguma dificuldade, mas o grande líder da cidade de Aparecida de Goiânia é o prefeito Maguito Vilela, e esse estará com a gente na campanha. 

Qual a perspectiva que você tem nesse momento da campanha em Aparecida? 

Hoje em Aparecida são colocados cinco nomes, todos eles de oposição: deputado Marlúcio, professor Alcides, William Ludovico, Taner de Melo e Coronel Silva. Todos os nomes são da base do governo Marconi Perillo e acredito que ocorrerá um afunilamento natural deles. Nós temos mantido diálogos e conversas com esses e eu acredito que podemos trazer algum desses nomes para compor a nossa base. Nós temos trabalho para mostrar, perspectiva de futuro e eu acredito que nós conseguiremos vencer as eleições.

Essas conversas com partidos de oposição ao prefeito trazem alguma rejeição contra você dentro do PMDB?

Talvez a nível estadual tenha, mas a nível municipal não temos nenhuma dificuldade, pois há o entendimento que devemos fazer uma aliança para vencer as eleições. Tenho relacionamento de amizade com alguns membros da oposição e temos conversado e dialogado. Eu acho que política se faz com conversa e as perspectivas são as melhores de continuar com o trabalho do prefeito Maguito Vilela.

Essa consideração de ter na base outros partidos não pode causar o afastamento do PT?

Nós vamos conversar, até porque não há nada definido em relação a vice. O PT de fato quer essa posição dentro da chapa e não estão preocupados com as alianças que estamos tratando. Temos sete partidos que estão lutando pela vice e todos eles oferecem quadros importantes e com história da cidade e eu respeito todos eles. Eu e o prefeito estamos discutindo isso junto para definir aquilo que será o melhor nome para vencer as eleições.

O prefeito Maguito Vilela tem uma boa relação com o governador Marconi Perillo. Você pretende mantê-la?

Eu não diria com o governador Marconi Perillo, mas com o governo do Estado de Goiás e também com o Governo Federal. O prefeito Maguito fala algo que acho que todos os políticos deviam ter isso como meta: governo não faz oposição a governo. A figura do governador Marconi Perillo representa muito para o Estado de Goiás, ele é o nosso governador, e ele foi eleito. Nós esperamos dele que tenha um olhar atento na cidade de Aparecida de Goiânia até porque teve votação lá e essa relação nós vamos ter sempre. 

Como será o financiamento de campanha sem a doação das empresas?

Nós estamos buscando parceiros. Embora as empresas não possam doar os empresários podem doar com seu CPF, e temos conversado com uma série de pessoas e buscando realmente essa disposição de pessoas para ajudar. Essa campanha terá o custo bem mais baixo do que outras. E uma coisa que temos ter é criatividade, usar mecanismos como redes sociais, além de ter disposição para andar e caminhar e isso eu tenho feito. 

Quais os principais pontos que devem ser superados em uma possível gestão sua na cidade de Aparecida de Goiânia?

Acredito que temos dois pontos que são mais críticos: segurança e saúde. A segurança de certa forma é de responsabilidade do Estado, mas não vamos deixar apenas par ao Estado toda a culpa. Nós temos que fazer aquilo que contribui para a segurança e temos feito que é ter uma iluminação de qualidade, roçar os nossos matos e a guarda municipal que faz um trabalho de prevenção até junto com a polícia militar e civil. E investir naquelas questões que são preventivas como que é educação, cultura, esporte, lazer. Na área da saúde o prefeito tem feitos seus investimentos ao longo desses quase oito anos como as UPA’S, e a construção do Hospital Municipal. A preocupação com essa área foi sempre foi eminente pelo prefeito e pela gestora da pasta. Essas duas áreas que vamos ter que trabalhar muito e que pelo o que eu ouvi da população que são as áreas com mais clamor.

Se o senhor se eleger prefeito vai defender com o governo do Estado a retira do complexo prisional da cidade?

Eu não quero nem defender, eu espero que até o fim do ano ele cumpra o que disse que ia fazer, acredito que é algo fundamental. Esse é um problema crônico. O município não recebe nada em contra partida por receber presos de todas as cidades de Goiás, parte da violência acredito que se dê por conta principalmente do semi-aberto. Se essa mudança não acontecer nós vamos cobrar é claro, mas é uma promessa do governador, ele é um homem de palavra e acredito que vai cumprir.

Em relação ao transporte coletivo como a prefeitura pode atuar?

Esse é um problema que já existe há anos. Aparecida fez algumas obras importantes nos eixos estruturais, alguns corredores que poderão ser utilizados, além de eixos que vão contribuir para a fluidez do trânsito em várias regiões. Estamos estudando também a viabilidade para fazer o transporte interbairros. Vamos estudar algumas linhas alternativas que vai diminuir essa baldeação, pessoas que as vezes tem que se deslocar de pontos da cidade para outros, não tem. Os ônibus não vão passar em terminais, e estamos estudando o contrato. Seria uma nova licitação municipal, não faríamos nenhuma interferência na região metropolitana seria apenas entre os bairros.