Segundo ministro, Temer aprova redução da taxa Selic

Ministro Eliseu Padilha diz que palavra final é do Banco Central, mas que Temer “vê com bons olhos” redução dos juros básicos

Postado em: 21-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem  (20) que o presidente interino Michel Temer vê com “bons olhos” a redução da taxa básica de juros da economia (Selic), mas que a palavra final é do Banco Central (BC). Padilha também afirmou que o governo esgotará todas as alternativas para não haja novo contingenciamento (bloqueio) de recursos.

“Se analisarmos todos os indicadores, vamos ver que os economistas do Brasil estão mostrando que teremos forçosamente uma queda nos juros. Também isso agrada ao presidente, e ele vê com bons olhos, se nós pudermos, mas teremos que respeitar por inteiro a autonomia do Banco Central, corresponder a essa expectativa, inclusive dos profissionais do setor. São os economistas e as agências de avaliação que estão dizendo que o juro vai cair. O presidente vê com muito bons olhos, mas a palavra final é do Banco Central”, reforçou Padilha, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central esperam pela manutenção da Selic em 14,25% ao ano, na reunião desta semana do Copom. Porém. até o final do ano, a expectativa é de redução da taxa básica. De acordo com as projeções, ao final de 2016, a Selic estará em 13,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de mais cortes na taxa Selic, que encerrá o período em 11% ao ano.

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Contingenciamento

Padilha ressaltou que a equipe econômica não trabalha no momento com a possibilidade de novo contingenciamento. “O governo trabalha nos seus limites mínimos, mas, por certo, temos gorduras em determinadas áreas em que pretendemos incrementar os trabalhos, fazer mais com menos. Isso seria fundamental para que não tivéssemos novos contingenciamentos. O governo esgotará todas as alternativas para não haja contingenciamento.”

Em reunião para discutir medidas de estímulo à retomada do crescimento econômico do país, o presidente interino Michel Temer e ministros analisaram antontem (19) cenários e números da economia. Temer determinou que o núcleo econômico volte a se encontrar em 15 dias.

O governo Temer trabalha com estimativa de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para 2016. A projeção supera o déficit de R$ 96,7 bilhões informado em março pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff.

Reformas

Sobre as prioridades para este ano, o ministro da Casa Civil disse que o governo precisa aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos ainda em 2016. “O governo tem que aprovar este ano o teto [para gastos públicos], o governo quer este ano aprovar a reforma da Previdência, em primeiro lugar, a reforma trabalhista, a reforma fiscal e, por último, uma reforma na prestação de serviço eficaz do Estado”, acrescentou Padilha.

Segundo o ministro, a reforma política também não está excluída da agenda. “São temas que já estão no Congresso Nacional. Não se pense em uma grande reforma em nenhum dos temas. As reformas serão tópicas para que seja viável a aprovação este ano. Vamos trabalhar no que seja possível e que dê resposta imediata à sociedade brasileira”, completou. (ABr) 

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