“Guarda Municipal não pode ser polícia municipal”, afirma Francisco Jr.

Em meio à discussão sobre a função da Guarda Metropolitana, o prefeitável do PSD, Francisco Júnior, diz que o papel da instituição não é de combate ao crime, mas que pode atuar na prevenção

Postado em: 13-09-2016 às 06h00
Por: Redação
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Em meio à discussão sobre a função da Guarda Metropolitana, o prefeitável do PSD, Francisco Júnior, diz que o papel da instituição não é de combate ao crime, mas que pode atuar na prevenção

João Barbosa, Mardem Costa Jr, Rubens Salomão e Venceslau Pimentel

Em meio à discussão sobre a função da Guarda Metropolitana, o prefeitável do PSD, Francisco Júnior, diz que o papel da instituição não é de combate ao crime, mas que pode atuar na prevenção. “Os órgãos de combate, policiamento ostensivo são outros. A cidade tem que agir na prevenção, e propomos ações, como a melhoria da iluminação pública, limpando os lotes, com a presença da Guarda Civil”. Em entrevista a O Hoje, o candidato avalia as pesquisas eleitorais, onde aparece nas últimas colocações, e diz que o fim de doações de empresas é uma tentativa de se evitar o abuso do poder econômico. Veja trechos da entrevista.

Quais são as propostas do senhor para melhorar a mobilidade urbana dos goianienses?
A mobilidade de Goiânia precisa ser revista no conceito, pois há mais de trinta anos se mantém um mesmo conceito, enquanto a necessidade mudou. Apesar da mudança, o sistema ainda é concêntrico. As pessoas ainda são obrigadas a dirigir-se ao Centro para se deslocar dentro da cidade. Vamos pensar um transporte que atenda a necessidade da população, realizando a pesquisa de origem e destino bem feita e procurar entender o fluxo de passageiros. Não posso aceitar, por exemplo, que a demanda, tanto de Goiânia quanto das cidades da região metropolitana seja a mesma de vinte anos atrás. É preciso unificar a visão e a gestão da mobilidade. Vamos também utilizar receitas vindas, por exemplo, dos estacionamentos, para bancar obras de infraestrutura e a redução da tarifa de ônibus.

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Faltando menos de vinte dias para as eleições, as pesquisas mostram que existe a possibilidade de Iris Rezende vencer no primeiro turno. Esse cenário é desestimulador, já que sua candidatura aparece na quinta posição, de acordo com as pesquisas?
Há dois aspectos. A população, somente agora, percebeu que teremos eleições municipais. O tema começou a virar assunto, com a divulgação nos jornais, TVs e rádios. Tanto pelo momento quanto pela nova legislação eleitoral, que impôs uma campanha curta, quem é mais conhecido fica privilegiado num primeiro momento. Em minha opinião, a população ainda não tomou a sua decisão de voto. Vamos ter ainda uma mudança significativa nesse cenário e acredito muito no crescimento do nosso trabalho. A população vai deixar para tomar essa decisão mais para os últimos dias, na última semana (da campanha). Poderemos ter ainda muitas surpresas no decorrer disso.

A última parcial da Justiça Eleitoral mostra que tem candidato à Prefeitura de Goiânia que não colocou um centavo em sua própria campanha. O senhor já colocou R$ 20 mil e tem candidato que já colocou quase R$ 800 mil. O teto de gastos e a proibição de doações por empresas equilibram a disputa ou é uma farsa a seu ver?
Ela busca o equilíbrio, mas ainda é uma tentativa meio bagunçada ainda de tentar tirar o poder econômico, que ainda permanece. É um caminho a legislação tentar representar aquilo que o cidadão está expressando nas ruas, que já não aguenta mais esse abuso do poder econômico, já não aguenta mais candidaturas construídas, produzidas pelo poder econômico. Acredito que isso é irreversível, e a partir de agora o debate, as ideias, começam a ganhar mais importância no processo eleitoral do que o dinheiro e o efeito visualizador que traz.

Analisando as pesquisas, algumas lideranças do PTB já consideram anunciar apoio a Iris num possível segundo turno. Isso prejudica a sua campanha?
Conversei com o deputado Henrique Arantes sobre o caso (o deputado deu uma entrevista em que admite apoiar o peemedebista num cenário de segundo turno contra o candidato do PSB, Vanderlan Cardoso). Ele me disse que fez uma análise de momento. Entendo a opinião dele, mas considero-a infeliz. Independente da pergunta, entendo que as mudanças serão rápidas, dado o tempo curto da campanha, e teremos muitas surpresas nos últimos dias antes e na abertura das urnas.

A base aliada pode pagar um preço alto nessa eleição em Goiânia pela falta de unidade em torno de um nome?
Não. A base aliada está reunida em torno do projeto estadual (de Marconi Perillo) e não existe racha, divisão no governo. Os partidos que compõem a base aliada estão jogando conforme as regras postas. A legislação brasileira permite que coligações divergentes aconteçam a nível federal, estadual e municipal, o que discordo. A maioria dos partidos em torno da base aliada do governador fez a opção por um candidato (referindo-se à Vanderlan Cardoso), e outros partidos componentes da mesma base fizeram a opção por outros dois candidatos (Francisco e Delegado Waldir). Não consigo enxergar prejuízo algum.

Pesquisas apontam que saúde e segurança pública são as principais demandas da população em Goiânia. No caso da saúde, quais são os principais problemas e o que o senhor propõe?
A população é muito inteligente. Num momento inicial, a segurança apareceu com o dobro da saúde. No decorrer da campanha, a população percebeu claramente o que é a doença e o sintoma, e percebe que a saúde, a educação, além de cuidados com a cidade, são próprios do prefeito, enquanto a segurança pode contar com o apoio do gestor municipal. Os cidadãos souberam fazer essa distinção com sabedoria, não somente aqui, mas em todo o país. Sobre a saúde, a gestão atual enxuga gelo, o que não pode acontecer. Goiânia, de acordo com levantamento feito pela Folha de S. Paulo, é o sexto município que mais gastou com a saúde. O gasto, de 26%, foi acima dos 15% obrigatórios, mas o resultado disso não se refletiu na qualidade do atendimento na satisfação do cidadão. Gastou-se muito e gastou-se mal, sem resultado efetivo. Precisamos fazer um investimento maciço para resolver o problema das filas, valendo-se todos meios. Temos demanda represada em cirurgias, exames, precisamos construir mais três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), pelo menos, aumentar o número de agentes de saúde.

Guarda municipal pode ser polícia municipal?
Não. Uma coisa é combate ao crime, e outra coisa é uma ação de prevenção. O município participa ativamente da prevenção ao crime, e não ao combate. Os órgãos de combate, policiamento ostensivo são outros. A cidade tem que agir na prevenção, e propomos ações, como a melhoria da iluminação pública, limpando os lotes, com a presença da Guarda Civil, dando o efeito visibilidade. Os guardas colaboram com o trabalho das Polícia Militar, sem concorrer com ela. O efetivo da Guarda Civil é mais ou menos o mesmo da PM, em Goiânia. Com isso, nós dobraríamos esse efeito visibilidade. É importante a presença deles nas ruas, nos parques, nos terminais e lugares de grande aglomeração. Ao mesmo tempo, o bandido precisa sentir que está sendo vigiado, e propomos uma ação ousada, agressiva de vigilância. Vamos criar salas de situação, utilizando câmeras privadas e públicas, instalando equipamentos em lugares chaves.

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