Jovens buscam espaço, mas ainda são minoria

Número de candidatos de 18 a 29 anos ainda é pequeno, e um dos fatores é a descrença da juventude com a política nacional

Postado em: 24-09-2016 às 06h00
Por: Redação
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Número de candidatos de 18 a 29 anos ainda é pequeno, e um dos fatores é a descrença da juventude com a política nacional

Mardem Costa Jr.

Em tempos de descrença  generalizada  da população com a política e os políticos, é natural que a juventude busque disputar o mesmo espaço do cenário político com aqueles que nele estão há algum tempo.  

No entanto, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Goiás registra um total de 20.333 candidatos nas eleições deste ano. Do total, os jovens representam apenas 10,1% dos candidatos a vereador e prefeito. O maior contingente se encontra entre as idades entre 40 e 49 anos de idade, representando 32,8% de todos os candidatos.

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Apesar do baixo percentual, os postulantes com idades entre 18 a 29 anos trazem consigo uma bagagem política em várias frentes, tais como movimentos sociais, religiosos, econômicos e universitários.

Hans Miller (PR), 25, é candidato a vereador pela segunda vez em Aparecida de Goiânia. Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o republicano já alimentava o sonho desde a adolescência de militar na política e acredita estar preparado para colaborar com a população, caso seja eleito no próximo dia 2 de outubro.

“Sempre busquei estar no meio das pessoas, colaborando com elas de alguma forma. Quando escolhi fazer a diferença através da política, decidi me preparar para ter respaldo delas, para que possam confiar em mim, que tenham credibilidade no meu nome, por ser jovem e ainda precisar provar ser capaz junto ao eleitor”, pontua.

Hans teve pouco mais de mil votos em 2012 e trabalha para dobrar a votação, atuando principalmente na região dos bairros Mansões Paraíso e Papillon Park, além de atuar junto ao meio evangélico e do segmento de corretores de imóveis.

Victor Cadillac, 25, disputa uma das 35 cadeiras da Câmara de Vereadores de Goiânia pelo PSOL. O motivo que o levou a se candidatar foi a necessidade de preencher uma vaga que provém de uma responsabilidade histórica da geração atual, construindo novas plataformas de gestão e ocupando o poder público por meio da representação da juventude.

“Eu, como homem gay, acredito que Goiânia precisa de muitas propostas que visualizem as minorias presentes na capital, como a população LGBT e as mulheres. Quero incorporar também uma narrativa progressista e de combate ao conservadorismo”, explica.

Motivos
De acordo com o professor de Teoria Política e Especialista em Ciências Políticas, Sílvio Costa, o baixo número de candidatos jovens se dá por uma série de fatores. Um deles é que essas pessoas, em grande parte, são pertencentes a antigas famílias que já fazem parte do poder político, ingressando na vida pública para continuar a perpetuar as ideias e representar seus antecessores.

"Com isso temos pessoas biologicamente jovens, mas que infelizmente representam ideias ainda antigas. Só a juventude não quer dizer nada, a questão principal é o compromisso com as mudanças necessárias para o país", esclarece. 

Outra questão apontada por Costa é a respeito da descrença que a população em geral, mas principalmente a juventude, tem demonstrado a respeito da política nacional. "O que prevalece é uma visão negativa, uma despolitização da própria política", conclui.

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