Pelo menos 20 candidatos foram assassinados desde agosto

Rio de Janeiro e Bahia lideram lista de crimes, cujas investigações ainda patinam e a autoria e as motivações são desconhecidas na quase totalidade dos casos

Postado em: 30-09-2016 às 06h00
Por: Redação
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Rio de Janeiro e Bahia lideram lista de crimes, cujas investigações ainda patinam e a autoria e as motivações são desconhecidas na quase totalidade dos casos

As eleições municipais de 2016 eram para ser marcadas pelas novas regras eleitorais, como a proibição das doações empresariais e o menor tempo de campanha. Mas será lembrada pela violência. Desde agosto, quando começou oficialmente a disputa, ao menos 20 candidatos a prefeito e vereador foram assassinados em todo o país, de acordo com levantamento feito pelo site Congresso em Foco. Não estão incluídos nessa lista os pré-candidatos, que não tiveram tempo sequer para registrar suas candidaturas, no início do mês passado.

Os crimes foram cometidos de diversas maneiras e alcançam as cinco regiões do Brasil. A maioria foi praticada por disparos de arma de fogo, mas também houve candidato morto por objetos cortantes, como faca e chave de fenda. Muitos dos candidatos mortos não tinham experiência de mandato em cargos eletivos e tentavam se eleger pela primeira vez.

As motivações também divergem e não se restringem ao pano de fundo da política. Em vários casos a principal linha de investigação é de crimes atrelados a rixas, vinganças pessoais e atuação de milícias e narcotraficantes. Em comum entre eles, a dificuldade das polícias em chegar até os criminosos. Alguns dos casos ainda patinam na apuração, o que não chega a ser uma novidade em um país onde de 5% a 8% dos crimes resultam em punição dos assassinos, segundo estimativas de estudiosos do assunto.

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Por não haver registros das eleições passadas, não é possível afirmar se esta é a eleição mais violenta realizada no país. O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não dispõe de informações sobre a causa da morte dos mais de 100 candidatos que faleceram desde que registraram a candidatura, em agosto.  

De olho na violência na reta final da campanha, o TSE já autorizou o envio de tropas federais para 307 municípios em 14 estados. “Ainda não se tem claro qual foi motivação, mas parece estar associado a contexto ou atuação política. Mas, realmente, se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos”, disse esta manhã o presidente do tribunal, Gilmar Mendes.

O ministro admitiu que ainda não possui informações precisas sobre o total de tentativas de assassinatos contra candidatos. “Não temos dados seguros. Estamos nos preocupando, sim, com esse quadro de violência”, afirmou. 
Para Gilmar, parte dos crimes tem, aparentemente, motivação política. (Congresso em Foco)

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