TCU recomenda rejeição das contas de 2015

O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem, por unanimidade, o parecer do ministro José Múcio Monteiro, recomendando ao

Postado em: 06-10-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem, por unanimidade, o parecer do ministro José Múcio Monteiro, recomendando ao Congresso Nacional a rejeição das contas da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Monteiro, que é ex-deputado federal, relatou o processo que analisa as contas de 2015 do governo federal.
Durante a leitura do seu voto, ele disse que as auditorias das contas da gestão de Rousseff trouxeram à tona um rol de irregularidades graves. Segundo o relator, as contas da ex-presidenta não observaram princípios legais, em particular a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Em seu relatório preliminar, Monteiro já havia apontado 17 irregularidades, entre elas “graves irregularidades que tiveram como consequência a manutenção ou expansão dos gastos públicos em um cenário onde a legislação orçamentária e fiscal impunha uma maior restrição na execução dos gastos”.
Para o ministro, ao abusar da abertura de créditos suplementares ao longo de 2015, o governo federal se valeu de atos “que afetaram os princípios da transparência” e “dificultaram a atuação dos órgãos de controle”, como o Congresso Nacional.
“A banalização do uso de MPs [medidas provisórias] pelo governo camuflou as despesas e dificultou o controle”, disse. Segundo ele, ao examinar os fatos e atos realizados em 2015, o TCU procura “resgatar a dignidade da questão orçamentária no país”.
O advogado Ricardo Lodi, defensor da petista, disse que o TCU deveria ter feito apenas uma ressalva nas contas do governo do ano passado, e não a rejeição total das contas. Segundo ele, o esforço fiscal que o governo federal fez em 2015 não foi adequadamente considerado pelo Tribunal de Contas.
“Não me parece que se possa admitir que houve uma reiteração daquelas irregularidades apontadas em 2014. O ano de 2015 foi muito diferente, houve o maior contingenciamento fiscal da história do Brasil e isso infelizmente não foi considerado. Mas compreendo que o ambiente político sugere que os fundamentos do impeachment dificilmente seriam revistos pelo Tribunal de Contas da União”, ressaltou Lodi.

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