Operação da PF prende prefeito

Durante a manhã de ontem (26) a Polícia Federal deflagrou a chamada Operação Recomeço, a ação tem o objetivo de combater crimes

Postado em: 27-10-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Durante a manhã de ontem (26) a Polícia Federal deflagrou a chamada Operação Recomeço, a ação tem o objetivo de combater crimes de corrupção, fraude em licitações e desvio de recursos públicos federais com origem do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) destinados à compra de materiais didáticos à rede pública municipal do município de São Simão. O prefeito da cidade, Márcio Barbosa Vasconcelos (PSDB), foi preso durante a operação.
De acordo com a PF, o tucano é suspeito de envolvimento no esquema de fraudes em licitações e também de desviar recursos do Fundeb, como apontado nas investigações. Além da prisão preventiva de Vasconcelos, cerca de 40 policiais federais responsáveis pela operação cumpriram mais 10 mandados judiciais, nove de condução coercitiva e um de afastamento de função para um servidor público federal.
As ações da PF foram realizadas nas cidades de São Simão, Senador Canedo e Anápolis. Dentre os investigados estão empresários que atuam na área de comercialização de materiais escolares e servidores públicos.
O HOJE tentou entrar em contato com o advogado do prefeito Márcio Barbosa, mas até o fechamento desta edição não conseguiu resposta.

Operação
De acordo com os policiais federais, as investigações tiveram início há cerca de um ano, e afirmaram que foi comprovado a existência de superfaturamento em contratos de fornecimento de materiais escolares por meio de simulação de licitação. Além disso, foi descoberto pagamentos por produtos que não foram fornecidos em procedimentos com dispensa de licitação, informaou a PF em nota.
"Tais práticas foram possíveis mediante a participação e/ou conivência de servidores públicos municipais integrantes da Comissão Permanente de Licitação da Prefeitura de São Simão-GO e secretários municipais", informa nota.
Em coletiva de imprensa, o delegado Charles Lemes, responsável pela operação, explicou que as fraudes ocorriam de duas formas. A primeira delas era por meio de cartas-convite, onde se observou um esquema entre as empresas concorrentes da licitação e o prefeito de São Simão, determinando previamente quem seriam os vencedores, fazendo com que as licitações funcionassem apenas de forma simulada. 
Na segunda forma de fraude, de acordo com Lemes, eram realizados procedimentos de dispensa de licitação, fazendo com que os materiais supostamente comprados nem sequer chegassem a ser fornecidos, apenas os recursos eram desviados.
O responsável pela operação ainda declarou que o prefeito da cidade possuía conhecimento sobre o esquema, mas alertou que o grau de envolvimento de Márcio Barbosa no esquema ainda está sendo analisado, assim como os outros investigados.
Os envolvidos responderão criminalmente, de acordo com o grau de suas condutas, pelos seguintes crimes: peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, emprego irregular de verba pública, fraude em licitações, e crime de responsabilidade. As penas máximas somadas cumulativamente totalizam 40 anos de prisão.
De acordo com a PF, a operação foi batizada de Recomeço em alusão ao fato de que, com o afastamento da administração pública dos envolvidos no crime, a rede pública de educação infantil de São Simão terá uma nova oportunidade.

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