Ana Carla Abrão defende manutenção do ajuste
Secretária salienta a importância das medidas adotadas para a manutenção saudável da máquina administrativa e elogiou a indicação de Fernando Navarrete como seu sucessor
Por: Redação
A secretária de Fazenda, Ana Carla Abrão, reafirma ao O HOJE, por meio da rede social Twitter, a intenção do governo goiano de prosseguir com o ajuste fiscal mesmo com sua saída da Sefaz. Na oportunidade ela elogiou o futuro secretário, Fernando Navarrete, que, na visão dela, “dará continuidade [ao ajuste] com toda a competência que lhe caracteriza”.
Ana Carla informou ainda que o valor da despesa de pessoal do Estado de Goiás, de acordo com os novos conceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), representou 78% da receita líquida do Tesouro Estadual no mês de outubro – acima do limite de 60% estabelecido pela LRF. Pelo critério antigo, o passivo representa 58% da arrecadação, praticamente na margem legal.
Para a comandante da Fazenda, Goiás está numa situação fiscal relativamente melhor “graças a um duro ajuste e controle da folha”. Devido ao tempo de “vacas magras”, os salários de boa parte dos servidores são pagos em duas parcelas: a primeira no dia 30 do mês trabalhado e a segunda, antes do dia 10 do mês seguinte.
Questionada sobre a relação despesa/receita, Ana Carla foi enfática. “[O índice cairá] Quando houver entendimento por parte de todos de que passamos dos limites e que todos perderão se continuarmos nessa trajetória”. A secretária utilizou como exemplo o projeto de lei (PL) encaminhado à Assembleia Legislativa pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) em setembro, que visa reajustar em 10% os salários dos servidores efetivos e 4,2 % dos comissionados do órgão. O impacto aos cofres públicos, com efeito retroativo a janeiro, é de R$ 63 milhões.
Austeridade
Economista com larga experiência na iniciativa privada, Ana Carla Abrão foi convidada para assumir a Sefaz com a missão de amenizar os efeitos da crise econômica em Goiás. Com a cumplicidade do governador Marconi Perillo (PSDB), a secretária implementou um austero programa de ajuste fiscal, que implicou na redução da máquina administrativa estadual e na redução ou suspensão de ações em vários setores.
A tendência é que a dureza continue no próximo ano, pois o orçamento de 2017 estima R$ 1 bilhão de receitas a menos – de R$ 25,2 para 24,2 bi, enquanto a despesa projetada é de R$ 23,5 bi. Ana Carla justificou a redução em função da não concretização da venda da Companhia Energética de Goiás (Celg).
