Lula teria recebido propina em dinheiro vivo

Revista aponta que ex-presidente teria recebido R$ 8 milhões em espécie, conforme delator

Postado em: 12-11-2016 às 06h00
Por: Redação
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Revista aponta que ex-presidente teria recebido R$ 8 milhões em espécie, conforme delator

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva teria recebido pagamentos em dinheiro vivo, a título de propina, em torno de R$ 8 milhões, de acordo com delegação premiada do ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, cujos teor é foco de reportagem da revista Isto É deste fim de semana.
A maioria dos recursos teria sido repassada ao ex-presidente, tanto no Brasil como no exterior, depois que ele deixou a presidência, em 2010. As maiores quantias teriam ocorrido entre 2012 e 2013, por meio do setor de operações estruturadas da empresa, conhecido como departamento de propina.
Lula também teria sido citado como receber de dinheiro em espécie, conforme a revista, pelo pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, do ex-executivo Alexandrino Alencar, e por Luiz Antônio Mameri, diretor para América Latina e Angola.
Escutas telefônicas entre Marcelo e Mameri mostrariam que os dois citaram o ex-presidente como intermediário em transações financeiras entre a empreiteira e o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Desde as primeiras denúncias, o ex-presidente tem dito que o seu patrimônio é formado por dinheiro que ganhou por palestras ministradas mundo afora. Algumas delas teriam sido bancadas pela Odebrecht, pagas ao instituto mantido por Lula, com sede na capital paulista.
Marcelo foi preso em junho de 2015, pela Polícia Federal, dentro da Operação Lava Jato, por determinação do juiz federal Sérgio Moro, e desde então vem negociando acordo de delação premiada.
Pelo acordo, a ser fechado pela Procuradoria-Geral de República, e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), prevê pagamento por parte da empreiteira de R$ 6 bilhões.
O ex-presidente já é réu em três ações criminais que tramitam na Justiça Federal, por tentar obstruir as investigações da Lava Jato, por lavagem de dinheiro e por tráfico de influência no BNDES.

Corrupção
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avaliou ontem que a Operação Lava Jato conseguiu “envergar a vara” da corrupção sistêmica no país, que se encontra agora em um ponto de inflexão, próxima de ser superada. “Ou essa vara quebra, ou voltará chicotando todo mundo”, afirmou.
Ele usou a metáfora após ser por diversas vezes ser questionado, durante café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira, se algumas propostas de lei que tramitam no Congresso Nacional teriam o potencial de prejudicar o alcance das investigações do Ministério Público Federal (MPF).
“A corrupção episódica não vai acabar. O que a gente tem é que controlar essa corrupção endêmica”, afirmou Janot. “No que diz respeito à endêmica, esta vara está envergada, e eu espero que seja sim a Lava Jato que vá quebrar essa vara, no sentido de vencer essa corrupção endêmica, essa corrupção sistemática”, disse ele.
Entre as propostas que tramitam no Congresso, Janot criticou mais especificamente a chamada Lei de Abuso de Autoridade (PLS 280/2016), projeto sugerido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)

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