Paulo Evaristo Arns é sepultado na Sé

Sob aplausos, o corpo de dom Paulo Evaristo Arns foi enterrado ontem (16), às 17h10, na cripta da Catedral Metropolitana de São

Postado em: 17-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Sob aplausos, o corpo de dom Paulo Evaristo Arns foi enterrado ontem (16), às 17h10, na cripta da Catedral Metropolitana de São Paulo, na Sé, região central da capital paulista. O sepultamento ocorreu após uma missa de exéquias – honras fúnebres – celebrada pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, com a participação de cardeais, bispos, dezenas de padres e diáconos. Uma grande faixa da Pastoral do Povo de Rua ficou estendida entre as pessoas que assistiram à celebração.

No início da celebração, o cônego Antonio Aparecido Pereira lembrou em breve mensagem que Arns abriu as portas da Igreja para os perseguidos políticos, para os moradores de rua e para pessoas com HIV. Ele pediu que os presentes gritassem a palavra “coragem”, que muitas vezes era dita por dom Paulo aos seus seguidores. No final da cerimônia, o caixão, que durante a celebração permaneceu em frente ao altar principal da catedral, foi levado, sob aplausos e gritos de “viva dom Paulo” e “coragem”, até a cripta. No local ocorreu uma breve cerimônia particular, com a presença de parentes, religiosos e autoridades.

“Em tempos difíceis, de cerceamento das liberdades democráticas, de perseguição política e de graves violações da dignidade humana e dos direitos da pessoa, dom Paulo empenhou-se pessoalmente mediando a solução de conflitos e dando amparo, coragem e confiança a muitas pessoas feridas no corpo e na sua dignidade porque lutavam por um Brasil livre e democrático”,  destacou dom Odilo na homilia da última missa celebrada no funeral.

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Dom Paulo morreu aos 95 anos, após permanecer internado no Hospital Santa Catarina, com quadro de broncopneumonia. Ele completou 71 de sacerdócio e 76 de vida franciscana e era cardeal desde 1973. Foi arcebispo metropolitano de São Paulo entre 1970 e 1998. Em testamento, dom Paulo deixou todos os seus pertences para a Casa São Paulo, entidade criada por ele, em 1998, para dar morada a padres idosos e doentes.

Lápide

Na lápide de dom Arns, foi gravada a frase “de esperança em esperança”. “As duas mensagens principais que a gente leva, que São Paulo e o Brasil levam, são de esperança e de coragem. Ele dizia “a esperança, mesmo pequena, é o maior dom no meio de um mundo cansado”. “E a segunda é de coragem, de enfrentar a ditadura, e a coragem de fazer toda a ação pastoral, principalmente com o povo da periferia”, disse, após o sepultamento, o sobrinho de dom Paulo, Clóvis Arns Cunha.  Entre as autoridades que acompanharam a despedida de dom Arns, estavam o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, e o prefeito eleito, João Doria Jr.

A catedral da Sé permaneceu aberta até as 20h para que as pessoas pudessem visitar a cripta onde está sepultado dom Arns. Neste sábado (17), as visitas tiveram início às 9h. (Agência Brasil) 

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