Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Kajuru abre mão de carro e parte de funcionários

Parlamentar do PRP estima que medidas resultem numa economia de R$ 2,9 milhões aos cofres públicos em dois anos

Postado em: 05-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Kajuru abre mão de carro e parte de funcionários
Parlamentar do PRP estima que medidas resultem numa economia de R$ 2,9 milhões aos cofres públicos em dois anos

MARDEM COSTA JR.

A iniciativa de Jorge Kajuru (PRP) de abrir mão de uma série de benefícios, é vista pelos pares de Câmara Municipal de Goiânia como uma faca de dois gumes. Por um lado, alguns colegas concordam com o jornalista e demonstram seguir um caminho semelhante. Por outro, há quem discorde ou mesmo critique o posicionamento do perrepista.

Kajuru renunciou ao direito de uso de veículo privativo, cota de 400 litros de combustível, linha móvel e dez dos vinte cargos que a Câmara cede aos vereadores e fez questão de dar publicidade de sua decisão por meio de suas redes sociais, que totalizam 12 perfis, além do site TV Kajuru. 

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O parlamentar do PRP estima que apenas as três primeiras medidas resultem numa economia de R$ 2,9 milhões aos cofres públicos em dois anos – “não pretendo ficar mais que isso na Casa”.

Questionado do porquê da ação, o vereador foi enfático. “Prometi que faria isso em campanha e registrei o compromisso em cartório. Quero somente o salário digno de meu trabalho. Não aceito nenhuma regalia. O primeiro-ministro da Inglaterra, por exemplo, vai trabalhar de bicicleta, o que não o faço por motivos de saúde, então acho um absurdo ter carro e motorista pagos pela Câmara com todas as dificuldades financeiras vividas pelo País e pela cidade”, arremata. 

Combustível

Além de Kajuru, Cabo Senna (PRP), Milton Mercêz (PRP) e Sargento Novandir (PTN) também abriram mão da cota de combustível, e aguardam a adesão de outros colegas até o início dos trabalhos, no dia 1º de fevereiro . Senna e Novandir apresentaram requerimentos propondo o encerramento do fornecimento em todos os 56 veículos da Câmara, entre carros de vereadores e funcionais. 

O vereador do PTN admite que não tem condição de abrir mão do veículo, mas que não acha razoável o abastecimento às expensas do Erário municipal. “O que ganho como vereador é suficiente para manter o combustível do carro a mim cedido”, diz.

Discordância

A decisão de Kajuru é vista com naturalidade por Sabrina Garcêz (PMB), mas a pemebista prefere seguir outra linha de atuação. “Sou uma vereadora de bairro. O carro e o celular disponibilizados são fundamentais para atender demandas de eleitores junto ao Poder Público, e esses atendimentos começam logo de madrugada”, pontua.

Um outro vereador ouvido pela reportagem, que preferiu não se identificar, criticou o perrepista. “Ele está sendo demagogo ao se colocar como um paladino da moralidade, jogando os demais vereadores numa vala comum”, queixa-se. 

Jorge Kajuru, inquirido por O HOJE, rebate. “Se demagogia é ser sincero com o dinheiro público, assim eu sou. Quem gosta de privilégio com recurso do povo é malandro”, fuzila. 

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