Cármen Lúcia inicia conversas informais sobre futuro da Lava Jato no STF

A ministra busca solução consensual para encontrar substituto para relatar processos da operação, que estavam sob a responsabilidade de Teori

Postado em: 24-01-2017 às 08h22
Por: Renato
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A ministra busca solução consensual para encontrar substituto para relatar processos da operação, que estavam sob a responsabilidade de Teori

Terminado o período de luto oficial pela morte do ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a presidente da Corte, Cármen
Lúcia, começou nesta segunda-feira (23) a fazer consultas informais aos colegas
ministros sobre o futuro da Operação Lava Jato no STF.

Em conversas reservadas, a ministra busca uma solução
consensual para encontrar um substituto para relatar os processos da operação,
que estavam sob a responsabilidade de Teori, morto na semana passada em um
acidente de avião em Paraty (RJ).

Além de procurar alguns ministros informalmente, Cármen
Lúcia foi ao gabinete de Teori conversar com servidores e os juízes auxiliares
do ministro sobre o andamento do processo de homologação das delações de
executivos da empreiteira Odebrecht. Segundo os auxiliares, a análise dos
depoimentos está avançada. Teori estava prestes a homologar os depoimentos. A
decisão estava prevista para fevereiro.

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Trabalho suspenso

Com a morte do ministro, o trabalho dos juízes auxiliares e
dos funcionários com os documentos da Odebrecht foi suspenso, já que eles
executavam as tarefas com autorização delegada por Teori. Após o trágico
acidente, a delegação para executar os trabalhos cessou, o que impede a
continuidade da análise.

Em função do período de recesso na Corte, que termina na
semana que vem, Cármen Lúcia poderá conceder uma autorização temporária para
que os servidores voltem a atuar nos processos da Lava Jato. No entanto, não há
previsão sobre quando a medida será tomada.

Além de resolver a questão emergencial sobre a retomada do
andamento da Lava Jato, a presidente do STF precisa decidir sobre a
redistribuição das ações a outro integrante da Corte. No entanto, ainda há
dúvidas se a distribuição será feita entre todos os integrantes do STF ou
somente entre os ministros da Segunda Turma, colegiado do qual Teori fazia
parte. O regimento interno do Supremo autoriza as duas possibilidades.

Janot

Em conversa reservada, Cármen Lúcia recebeu o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para uma audiência no fim da
tarde. Janot é o chefe das investigações da força-tarefa de procuradores que
atua na Lava Jato. Oficialmente, o encontro foi justificado para “prestar
condolências oficiais”.

Foto: (R7) 

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