Jovair rebate ‘já ganhou’ de Rodrigo Maia

Às vésperas da eleição, uma reviravolta é registrada em Brasília. A decisão da bancada do Partido dos Trabalhadores, de recuar no apoio à reeleição de Maia

Postado em: 31-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Às vésperas da eleição, uma reviravolta é registrada em Brasília. A decisão da bancada do Partido dos Trabalhadores, de recuar no apoio à reeleição de Maia

Venceslau Pimentel

Faltando dois dias para a eleição da nova mesa diretora da Câmara dos Deputados, o deputado e candidato a presidente Jovair Arantes (PTB-GO) acredita que a disputa ainda está aberta, em reação aos apoiadores do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já ‘cantam vitória”.

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Jovair reconhece que disputa não é fácil, ainda mais considerando que o seu adversário comanda a Casa e, por isso mesmo, dispõem de armas estratégicas para arregimentar apoio. Mas ele mantém o otimismo, diante dos votos de confiança que tem recebido. “Ninguém ganha de véspera”, avisa. “O voto é individual, de cada deputado”, disse ele no domigo (29) pelo Twitter.

Às vésperas da eleição, uma reviravolta é registrada em Brasília. A decisão da bancada do Partido dos Trabalhadores, de recuar no apoio à reeleição de Maia, volta a embolar a disputa, mesmo com o favoritismo do parlamentar fluminense.

Da mesma forma, Jovair também entrou na lista dos excluídos do PT, por pressão de militantes petistas, que tendem a hipotecar apoio a André Figueiredo (PDT-CE). O plano B seria Paulo Teixeira, do PT de São Paulo. Mas nada ainda está definido entre os 58 membros da bancada petista. O dilema é ter que votar em quem apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Tanto Maia quanto Jovair foram defensores entusiastas dessa tese. O goiano foi relator, na Câmara, do processo que levou ao afastamento da petista.

O racha se estabeleceu porque uma parte ainda quer caminhar com Maia, que teria a simpatia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, ele quebraria a hegemonia do “Centrão”, ligado ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e que caminha, em sua maioria, com Arantes.

Apesar da decisão petista, o presidente Rodrigo Maia, por outro lado, se fortalecer com os 34 votos do PSB, e ainda tem a possibilidade de abocanhar outros 37 do PSD. As duas legendas fazem parte do “Centrão”. Também já fecharam como deputado fluminense o PMDB (com 65 deputados), o PSDB (com 48) e o DEM (com 28).

Na lista do democrata ainda figuram o PR, PP, PPS, PV, PTN e PCdoB, dentre outros.

As conversações entre Maia e as demais bancadas passam, necessariamente, por oferta de vagas na Mesa Diretora – com as respectivas nomeações de comissionados – e nas principais comissões técnicas.

Quem abocanhar a quarta secretaria, por exemplo, pode indicar 33 cargos em comissão; a terceira secretaria é responsável pelo reembolso de despesas de passagens áreas; enquanto a quarta secretaria gerencia os apartamentos funcionais.

Peso de Temer

Apesar das constantes negativas do presidente Michel Temer, os apoiadores de Jovair Arantes veem nele o principal cabo eleitoral de Rodrigo Maia. Em julho passado, quando Maia venceu a presidência contra Rogério Rosso (PSD), com a renúncia de Eduardo Cunha, interlocutores do Palácio do Planalto aturaram fortemente a favor dele.

Mesmo sem ter anunciado a sua candidatura à reeleição, o deputado fluminense ganhou força depois que presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Hilton Queiroz, deliberou por suspender decisão liminar da 15ª Vara Federal de Brasília, que havia impedido o presidente de se candidatar. 

Vaga para 1º secretário da Alego terá nova eleição

A Assembleia Legislativa de Goiás confirma a realização de duas sessões amanhã (1º): uma solene, às 10 horas, para dar posse à nova Mesa Diretora, a ser presidida pelo deputado José Vitti (PSDB), e outra, em caráter extraordinário ainda no período da manhã, logo após a solenidade, para escolha de um novo 1º secretário.

A eleição será necessária em razão do pedido de renúncia do deputado Helio de Sousa (PSDB) do cargo de 1º secretário. Ele foi eleito em 30 de julho passado, juntamente com a nova Mesa Diretora, mas decidiu se afastar das funções, por uma questão de foro íntimo, para desenvolver atuação mais destacada em Plenário ou mesmo nas comissões técnicas da Casa.

Para o lugar de Helio de Sousa, na 1ª secretaria, deverá ser confirmada a escolha consensual do deputado Júlio da Retífica (PSDB). Ele representa a cidade de Porangatu, Norte do Estado, e obteve 27.664 votos na eleição de 2014.

Ao fazer um balanço de sua gestão à frente da Mesa Diretora do biênio 2015/ 2016, o tucano diz que orientou-se pela transparência, austeridade e segurança jurídica. De acordo com ele, o País passou por grandes transformações nos últimos dois anos, o que exigiu da administração pública maior adequação às cobranças da sociedade e às novidades legislativas.

“A gestão da Mesa Diretora nos últimos dois anos se organizou em torno do tripé transparência, austeridade e segurança jurídica. Havia muita cobrança da população por mudanças no âmbito do Poder Legislativo, no sentido de abrir espaços para uma maior participação popular e uma melhor transparência de suas ações. Procuramos dar este perfil à Assembleia Legislativa. Entendo que conseguimos cumprir os principais objetivos propostos dentro da conjuntura pela qual atravessamos”, afirma Helio de Sousa.

O parlamentar se refere ao contexto nacional do último biênio, marcado por uma severa crise econômica e turbulências políticas. Para Helio de Sousa, as manifestações civilizadas e apartidárias nas ruas indicaram a insatisfação popular com os rumos do País, o que inevitavelmente provocaria uma ampla reflexão sobre o papel da administração pública. “Entendo que a Alego soube promover as adaptações que a sociedade cobrava do Parlamento, com significativos avanços, permitindo que qualquer deputado possa ser acompanhado de perto por seus eleitores.”, afirma Helio de Sousa. 

 

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