Segunda-feira, 01 de julho de 2024

CEI também deve investigar Iris por rombo

Comissão proposta por Jorge Kajuru (PRP) e endossada por mais de vinte vereadores tem o objetivo de investigar o rombo nas finanças da administração pública municipal

Postado em: 03-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Comissão proposta por Jorge Kajuru (PRP) e endossada por mais de vinte vereadores tem o objetivo de investigar o rombo nas finanças da administração pública municipal

Venceslau Pimentel 

Os 15 meses da gestão de Iris Rezende (PMDB) na prefeitura de Goiânia, relativos 1º de janeiro de 2009 a 31 de março de 2010, também serão investigados pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), a ser instalada pela Câmara de Goiânia, para investigar o rombo nas finanças da administração pública municipal.  

O aditivo apresentado pelo vereador Elias Vaz (PSB) amplia o leque de apuração da CEI, criada a partir de requerimento de Jorge Kajuru (PRP), aprovado na sessão de quarta-feira, 1º, que incluía apenas os quatro anos da administração do ex-prefeito Paulo Garcia (PT), de janeiro de 2013 a dezembro do ano passado. Na condição de vice, o petista assumiu o comando do Paço Municipal, em abril de 2010, quando Iris renunciou ao mandato para disputar o governo, nas eleições de 2010.

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Elias justifica o seu aditivo, que apresentou ontem, afirmando que há uma imprecisão no requerimento de Kajuru em investigar apenas a gestão do ex-prefeito petista. “É preciso que a gente pegue uma investigação que esclareça qual foi a situação financeira que o petista pegou do peemedebista, até porque tem polêmica sobre isso também”, explicou.

O vereador do PSB se refere ao jogo de empurra entre o atual prefeito e o antecessor, sobre a situação das finanças da prefeitura, de janeiro de 2005, quando Iris assumiu o seu segundo mandato na capital, até gestão final de Paulo, em dezembro de 2016.    

Ao romper politicamente com Iris, no início do ano passado, Garcia revelou ter herdado dívida de seu antecessor em pelo menos R$ 400 milhões. Seria um rombo de R$ 200 milhões apenas na área da Saúde, e cerca de R$ 115 milhões no Instituto de Assistência à Saúde Social dos servidores Municipais (IMAS). 

Com os números, o petista jogava por terra o discurso do peemedebista, que, à época, sustentava ter deixado nos cofres do Tesouro do município R$ 180 milhões.

Agora quem dá o troco é Iris. Após reunião com o governador Marconi Perillo (PSDB), no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, no dia 20 de janeiro, ele afirmou em entrevista que recebeu a prefeitura com um rombo de R$ 800 milhões com fornecedores, valor que, segundo ele, teria sido levantado por uma comissão criada ainda na gestão do ex-aliado. Também anunciou que há um déficit mensal de R$ 30 milhões. “É precisa saber se o problema é de um ou de outro, ou dos dois”, pontua Elias Vaz.

“Vamos buscar a verdade dos fatos”, salienta Kajuru, que defende a abertura “da caixa preta” para se saber as causas do déficit. “O que causou isso? O povo precisa saber, pois queremos saber que está mentindo, se é o prefeito Iris ou o Paulo Garcia deixou dinheiro em caixa. Vamos, portanto, buscar a verdade”, disse.

Divergências

Enquanto classifica como obscuras as prestações de conta de Paulo Garcia, que fazia a cada quadrimestre na Câmara, por entender que os números sempre divergiam da realidade das finanças da prefeitura, Elias Vaz espera que haja transparência por parte de Iris. De início, disse lamentar o atraso no pagamento de parte do funcionalismo do município.

Líder da bancada do PMDB, o vereador Clécio Alves (também cotado para a liderança do prefeito) classificou de necessária a proposta de Elias Vaz, de estender as investigações à gestão de Iris. Ele disse que defendia essa apuração ainda na gestão de Paulo Garcia, para não se cometer injustiças. “Não pode, num determinado momento como este, querer fazer caça às bruxas, buscando apenas a responsabilidade do ex-prefeito Paulo Garcia. Nós precisamos pegar desde o primeiro dia da gestão (anterior) de Iris, até o último da gestão petista, para que a gente possa buscar a verdade dos fatos”.

Presidente da Câmara, Andrey Azeredo (PMDB) explicou que o requerimento de Jorge Kajuru está sendo avaliado na Procuradoria da Casa, para avaliação da sua legalidade e de seus objetivos claros de investigação para, posteriormente, ser instalada a CEI. 

Tanto nas gestões de Iris quanto nas de Paulo Garcia, Azeredo ocupou cargos de destaques, como o de controlador e auditor-geral, secretário de Comunicação e de Trânsito e Transporte (SMT).

Emenda reduz férias de vereadores de Goiânia 

O período de recesso dos vereadores de Goiânia poderá ser reduzido de 45 para 30 dias. É o que propõe Paulo Magalhães (PSD), por meio de uma emenda à Lei Orgânica do Município (LOM), que recebeu a assinatura de 30 dos 35 vereadores.

Pela proposta de Magalhães, a ser ainda votada no plenário, as sessões da Câmara devem acontecer de 15 de janeiro a 21 de julho, e de 1º de agosto a 25 de dezembro. Hoje, vigora o período de 1º de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 31 de dezembro. O período de recesso era ainda maior, até que no ano passado, também por iniciativa de Magalhães, o plenário aprovou férias de 45 dias por ano.

Não assinaram a emenda o presidente da Câmara, Andrey Azeredo (PMDB), Izidio Alves (PMDB), Juarez Barbosa (PRTB), Cristina Lopes (PSDB) e Clécio Alves (PMDB).

“O que queremos é manter a paridade de tratamento com o trabalhador brasileiro, no que diz respeito ao tempo destinado de férias, garantindo mais tempo para discussão, apreciação e votação das matérias em pauta”, justifica Magalhães.

 

 

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