PGR pede abertura de inquérito contra Renan, Jucá, Sarney e Sérgio Machado

Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o objetivo dos congressistas é aprovar medidas para conter as investigações da Lava Jato

Postado em: 07-02-2017 às 08h38
Por: Renato
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Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o objetivo dos congressistas é aprovar medidas para conter as investigações da Lava Jato

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta
segunda-feira (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para
investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), além
do ex-senador José Sarney e o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. Janot
acusa os envolvidos do crime de embaraço às investigadores da Operação Lava
Jato.

As acusações foram baseadas no acordo de delação premiada de
Sérgio Machado e em conversas gravadas com os envolvidos. As gravações foram
divulgadas no ano passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações
de Machado.

Em uma das conversas, Romero Jucá citou um suposto
“acordo nacional” para “estancar a sangria”.

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Segundo o procurador, os acusados “demonstram a
motivação de estancar e impedir, o quanto antes, os avanços da Operação Lava
Jato em relação a políticos, especialmente do PMDB, do PSDB e do próprio PT,
por meio de acordo com o STF e da aprovação de mudanças legislativas.”

Para Janot, o objetivo dos congressistas era aprovar medidas
legislativas para conter as investigações da Lava Jato.

” O objetivo dos congressistas era construir uma ampla
base de apoio político para conseguir, pelo menos, aprovar três medidas de
alteração do ordenamento jurídico em favor da organização criminosa: a
proibição de acordos de colaboração premiada com investigados ou réus presos; a
proibição de execução provisória da sentença penal condenatória mesmo após
rejeição dos recursos defensivos ordinários”, acrescentou o
procurador-geral.

Em nota, o senador Renan Calheiros esclareceu que não fez
nenhum ato para embaraçar ou dificultar qualquer investigação e que sempre foi colaborativo,
“tanto que o Supremo Tribunal Federal já manifestou contrariamente a
pedido identico”.

Na nota, o senador do PMDB reafirmou que a possibilidade de
se encontrar qualquer impropriedade em suas contas pessoais ou eleitorais é
zero. Renan está convencido de que, a exemplo do primeiro inquérito, “os
demais serão arquivados por absoluta falta de prova”.

Também por meio de nota, a defesa do senador Romero Jucá
afirmou que não há preocupação em relação à abertura do inquérito, pois não vê
qualquer tipo de intervenção do mesmo na Operação Lava jato.

Os advogados do senador ressaltaram que a única ilegalidade
“é a gravação realizada pelo senhor Sergio Machado, que induziu seus
interlocutores nas conversas mantidas, além de seu vazamento seletivo. O senador
Romero jucá é o mais interessado em que se investigue o caso e vem cobrando
isso da PGR reiteradamente desde abril do ano passado.”

Foto: (José Cruz/Arquivo/Agência Brasil) 

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