Mobilidade urbana em Goiânia na mira dos vereadores

Parlamentares aprovaram iniciativas sobre o transporte coletivo e o BRT; SMT deve entrar em discussão nos próximos dias

Postado em: 08-02-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Parlamentares aprovaram iniciativas sobre o transporte coletivo e o BRT; SMT deve entrar em discussão nos próximos dias

Mardem Costa Jr.

A aguda crise na mobilidade urbana que Goiânia entrou na agenda de atuação dos vereadores da capital. Após dois anos de ausência, um grupo de parlamentares liderados por Jorge Kajuru (PRP) pretende retomar o assento que a Casa possui na Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos da Região Metropolitana de Goiânia (CDTC-RMG) e vai cobrar um posicionamento do prefeito Iris Rezende (PMDB) sobre o sucateamento enfrentado pela Secretaria Municipal de Trânsito (SMT). O órgão está com viaturas e equipamentos parados, por falta de manutenção.

Alysson Lima (PRB) propôs e a Câmara aprovou uma Comissão Especial Temporária (CET) para apurar atos e ações em relação ao contrato de construção do BRT (Bus Rapid Transit ou Ônibus de Trânsito Rápido) Norte-Sul, paralisado desde o final da gestão de Paulo Garcia (PT) por falta de verbas.  À época, a prefeitura alegou falta de repasse de verbas oriundas da Caixa Econômica Federal. Enquanto isso, a obra está abandonada e as vias exclusivas estão sendo utilizadas indevidamente. A expectativa é que o BRT seja concluído apenas em 2018.

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O alto custo – R$ 340 milhões com contrapartida de R$ 130 milhões – é muito caro ao ver de Lima. “Além do valor do contrato, a demora na execução das obras causam transtornos que se arrastam por prazo indeterminado”, diz. Essa situação, segundo ele, coloca em xeque a realização da obra, em decorrência da falta de transparência. Ao contrário da Comissão Especial de Inquérito (CEI), a CET não pode punir possíveis responsáveis pela demora na conclusão do BRT Norte-Sul, cujas obras foram iniciadas no primeiro semestre de 2015.

Kajuru, por sua vez, apresentou um requerimento pedindo a realização de uma nova licitação para o transporte coletivo de Goiânia. Apesar de uma resistência inicial, os vereadores aprovaram a proposição de Kajuru pelo elástico placar de 32 a 3 – o presidente da Câmara, Andrey Azeredo (PMDB), foi um dos três a não concordar com o pedido. 

O perrepista, questionado por O HOJE, informou que a iniciativa pretende sensibilizar Iris quanto à gravidade da má qualidade do serviço e a possibilidade da tarifa ser majorada para um valor em torno de R$ 4 a qualquer momento. Kajuru também defende uma maior participação da Câmara na CDTC, órgão que atualmente só é acionado para definir o novo preço da tarifa, geralmente a maior.

“A ideia é que o prefeito [Iris] não aprove o reajuste da passagem enquanto as empresas não discutirem uma melhoria sensível e urgente no serviço”, pontuou. O parlamentar criticou ainda o que chamou de “cartel do transporte coletivo”, pelo fato de três das concessionárias -HP, Rápido Araguaia e Reunidas – operam o serviço há mais de quarenta anos. 

SMT

Em relação à SMT, um grupo de parlamentares deve avaliar nos próximos dias como apresentar a investigação relativa ao sucateamento da secretaria. Duas possibilidades foram aventadas: um aditivo à CEI que vai investigar as finanças da Prefeitura de Goiânia vai apurar as contas dos anos de 2009 a 2016 e a segunda é uma comissão exclusiva para a Secretaria Municipal de Trânsito. O vereador Elias Vaz (PSB) deverá ser o autor da proposição. 

 

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